quinta-feira, 28 de agosto de 2014

IROKO

Sobre o Orixá IROKO
Orixá Iroko ou Yroko pouco cultuado no candomblé, mais um orixá muito respeitado pelos africanos, sendo um santo que representa a ancestralidade.
Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu e resistira. Mesmo assim é pouco cultuado no candomblé brasileiro.

Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Oduduwa, a terra, que através dele ensina os homens o sentido da vida. É a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência. O ciclo vital que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverenciá-la e louva-la. É também conhecido nos candomblés como “Tempo”, embora seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida foi Iroko. Ele era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram a Iroko e pediram a fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança. Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filinho.

Iroko ficou muito zangado e aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera, caso ela retirasse “sua” criança dali. Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse o a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje se pode ver, nas gameleiras brancas o bebê de Iroko, repousando deitado em seus galhos. Em suas copas vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.


Mais sobre este Orixá:

Dia da semana: quinta-feira
Cores: verde/marrom
Símbolo: Grelha (representando as direções do tempo).
Número: 11
Comida: inhame e carneiro
Sobre IROKO e os fundamentos deste Orixá
O orixá Iroko ou Iroco tem como sua moradia a gameleira branca (representada por uma arvore ancestre). Um dos fundamentos deste Orixá é o seu a assentamento fica no pé desta árvore e após preparo ritual da raiz, seu tronco é enfeitado com um ÒJÁ FUNFUN ( pano BRANCO). Este Santo tem  relação com esta árvore é comum a várias divindades e exprime sua relação com seus antepassados (o culto aos Egum). 

Como Exú, Iroko carrega para longe os fluídos maléficos (espíritos ruins e todas as negatividades). Quando manifesta-se os fiéis jogam sobre ele os fluídos que querem se livrar e ele corre para fora do barracão para atirar no mato todo o mau. As vezes bebe tanto que cai no chão. 

Cobre-se então com um alá branco e , pouco depois, já recuperado ele ergue-se e volta a dançar. Dança de joelhos no chão e o BRAVUN, ritmo GEGE, como Oxumarê (Bessen). Veste cores fortes, vermelho, azul e verde, às vezes cinza ou marrom e branco e leva uma lança na mão como seus instrumento. Suas contas são verde musgo e riscadas de marrom. As vezes veste-se de palha como OMOLÚ (Obaluaiê). Sua incorporação é pouco vista , seus filhos giram tontos, cambaleando pelo barracão antes de caírem fulminados, logo levantam-se e põem-se a dançar. O culto dele resume-se no Brasil a Nação de Candomblé, no caso ele não tem culto na Umbanda.

O assentamento de Iroko é feito numa gamela oval, pega-se um pedaço do tronco da gameleira branca e faz-se uma pequena estátua de um negro africano com um IDÈ branco no nariz, na cabeça um colar de búzios e moedas. Na gamela põe-se uma corrente em volta , 6moedas e no meio da gamela uma seta e a estátua.

QUALIDADES de Iroko
 - GIROKOSSI
- LOKOSSI

SUAS FOLHAS
 - Milame, colônia, saião, Iriri, mãe boa, barba de velho, erva prata, crista de galo, noz moscada, abilzeiro, jaqueira e cajueiro. Quando se faz o Orixá, põe-se uma folha de saco-saco embaixo do pé do IYAÓ uma folha de saco-saco e na boca uma folha de assa-peixe.

SEUS BICHOS deste Orixá :
- Um cabrito de chifre virado;
- Quatro frangos de esporão grande;
- Um galo d'angola;
- Um pombo branco.

HUNJEVi

Hunjevi


Hunjevi – também chamado Runjebe, usados como simples colares por quem não tem noção dos seus significados.
O Candomblé é uma filosofia religiosa, onde tudo o que existe no mundo tem o seu momento de sagrado. Portanto, devemos ter cuidado ao usarmos certos elementos que se popularizam com a febre das bijuterias, como a palha da costa, os búziose os próprios fios referentes aos Voduns, Orixás e Nkises, que são vendidos livremente por camelôs de feiras hippie.
O hunjevi, bem como o lágdiba são fios de conta sagrados da Nação Jeje e que exige toda uma cerimônia na confecção e sacralização destes fios de contas. O hunjevi representa a ligação entre o céu e a terra, a vida e a morte, a continuidade, o transcendental. O seu próprio nome significa "Caminho par a Sagrado", caminho que leva a Avié-Vodun (Deus). Semelhante a Olódùmarè ou Zambi Apungo.
Antigamente, somente vodunsi (da nação Jeje) recebiam o hunjevi. As questões históricas e o intercâmbio cultural entre as Nações de Candomblé, justificam por si só o uso do Hunjevi por pessoas de Ketu e até de Angola (nas que adotam o fio), após 7 anos de iniciado.
Nas casas de Jeje tradicionais, o hunjevi é entregue ao vodunsi na ocasião da sua iniciação, e quando o vodunsi morre, ele leva seu hunjevi consigo.
O hunjevi possui a quantidade certa de miçangas, corais e seguis relativos a quem o receberá, e, por isso, é um fio único, individual e intransferível. Ninguém, jamais pode colocar no pescoço ou tocar desrespeitosamente um hunjevi que não seja o seu.
O vodunsi, não pode, e não deve confeccionar o seu próprio hunjevi. Nunca! Caso o hunjevi arrebente, e isso não é boa coisa, apenas o doté ou a doné(zeladores do vodunsi), podem enfiar o fio de novo e prepará-lo devidamente para ser usado novamente.
Não se enrola hunjevi no pescoço (duas voltas ou mais), isso fere todo o fundamento de seu significado. Quem usa hunjevi com duas voltas no pescoço, com certeza não conhece, ou não entende, o valor deste fio de conta. Ou não respeita seu próprio vodun. Como todo fio de conta, o cumprimento do hunjevi é determinado por questões que envolvem o vodun da pessoa e até fatores físicos do vodunsi que o receberá.
O hunjevi é composto de miçangas nas cores terra-cota, segui (corais azuis) e corais propriamente ditos.
s corais são os atin sá (árvores) das águas, que conhecem as profundezas escuras da origem de toda a vida que existe neste mundo. O coral representa os elementos dos três reinos existentes na natureza: o reino animal, vegetal e mineral. Por isso, simboliza o princípio e o fim. A ligação entre a vida e a morte.
O povo do Danxomé (Barriga de Dan), costuma dizer que os segui do hunjevi são as fezes do grande Vodun Dan Gbala Howedo. As fezes de Dan.