quarta-feira, 14 de outubro de 2015

OS CANDOMBLÉS JEJES NO BRASIL.


                                          OS CANDOMBLÉS JEJES NO BRASIL.




Candomblé de Jeje

Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Segundo a história, quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!). Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”. A nação jeje pode ser divididas em vários segmentos dependendo da origem. Assim temos o Jeje-Mahi, o Jeje Dahomey, o Jeje Savalu, o Jeje Modubi, o Tambor de Mina (Jeje Mina) encontrado sobretudo no Maranhão, onde também se encontra o segmento Jeje-Fanti-Ashanti.
Jeje Mahi (Djedje Maxi)
Os mahis cultuam voduns que se relacionam diretamente com os orixás e deles tiveram origem de culto na África, e de sua região mahi. Assim comumente ouvimos “sou de Xangô de um filho de Sógbó”.
Eguns e voduns que tiveram vida terrena como os reais do Dahomey não são cultuados em Mahi, todos os antepassados da casa são reverenciados saudando-se e ofertando-se ao vodun Ayizan, que sempre está a frente da casa principal (Ayizan, que em Mahi, é vista como esposa de Legba e ligada a terra, a morte  e aos ancestrais). Os Voduns de Jeje-Mahi são aqueles que assim como os Orixás, não possuem sepultura, são antepassados míticos.
O Vodum que representa a Nação Jeje Mahi é Gbesen (Bessém).
O Jeje-Mahi foi fundamentado no Brasil pela africana Ludovina Pessoa, da cidade de Mahi. Segundo a tradição ela foi escolhida pelos Voduns para fundar três terreiros:
  • Zòogodo Bogum Malé Hundò ou Terreiro do Bogum, para Hevioso.
  • Zòogodo Bogum Malé Seja Undè ou Kwe Seja Undê para Dan.
  • E o outro para Ajunsun Sakpata que não se sabe por que não foi fundado.
o Jeje Modubi tem culto fundamentados para os Akututos (Eguns), segmento onde reina o Vodum Azonsu.
Tambor de Mina
O Tambor de Mina é o nome mais difundido da cultura africana no Maranhão. Mina deriva de negro-Mina de São Jorge da Mina, denominação dada aos escravos procedentes da “costa situada a leste do Castelo de São Jorge da Mina” (Verger, 1987: 12) , no atual República do Gana, trazidos da região das hoje Repúblicas do Togo, Benin e da Nigéria, que eram conhecidos principalmente como negros mina-jejes e mina-nagôs.
O Tambor de Mina cultua em grande parte os Voduns reais de Dahomey, alguns nagôs (orixás) e também os Encantados (que seriam os Caboclos).

OS VODUNS NO CANDOMBLÉ

                                          OS VODUNS NO CANDOMBLÉ




Dan (Serpente) para nós, pertencentes a nação Jeje Mahi, é considerado o  maior Vodun dentro do culto. A família de Dan  é composta por muitos Voduns, todos eles com sua importância para os povos Fon. Dizem os mais antigos que, existem 3 reis e patronos da nação Jeje Mahi: DànGbé (Bessém), Sògbó e Azansú. Assim como Oxóssi tem sua importância para o Ketu, e Kitembo tem sua importância para Angola, esses três reis seriam a grande potência da nação, sendo reverenciados e cultuados por todos os filhos, independentes de seus voduns. Dentre esses três reis, se destaca Bessém por ser um dos primeiros deuses a existir e dele tudo nascer. Bessém é a serpente da vida, aquela cujo morder a própria cauda deu origem ao movimento de rotação e translação da terra e a partir daí, sendo possível a existência de vida no planeta. Os patriarcas da família de Dan é o casal Aidóhwedó e Dangbadáhwedó (Dambala). Aidóhwedó seria a serpente arco-íris e Dambala seria seu reflexo nas águas. Logo Dan seria a origem de tudo no planeta, sendo um dos responsáveis por sua existência e por sua habitação. Dentro da nação Jeje, Dan é o maior vodun, e a serpente, seu maior símbolo, sendo a representação viva de seu poder. A serpente representa o movimento e o dinamismo, uma vez que consegue se locomover com extrema facilidade e habilidade sem ser provida de patas ou outros membros; representa também a transformação, a evolução e a metamorfose, uma vez que troca de pele e se renova com frequência para poder crescer e se expandir; além de ser uma hábil caçadora e algumas espécies serem detentoras de poderosos venenos, mostrando seu poder e ao mesmo tempo exigindo cautela e respeito por parte dos demais animais e até mesmo nós seres humanos. Dan não é só representado pela serpente mas também pelo arco-íris que da mesma forma, possui grande significado para os dahomeanos uma vez que, sua presença nos céus é presságio de que não irá mais chover além de encantar pela sua beleza. No antigo Dahomey, são inúmeras as lendas que mistificam a natureza dessa divindade, sempre enaltecendo sua grandeza, sua realeza e seu poder. Muitos são os voduns que compõe a família Dan, sendo Bessém  o mais conhecido e louvado, sendo seu nome sinônimo da própria vida. Destacam-se também Frekwén ou Kwénkwén, Ojikún ou Dan Jikún, Bossá ou Bossalabê e seu irmão gêmeo Bosukó, Dan Ikó ou Dankó, Azannadô ou Azoannadô, Bafono Deká dentre outros, cada um com sua particularidade e mitos. A grande festividade para esse vodun é o Gboitá, ritual realizado no início do ano e que envolve todos os demais voduns, cada um recebendo as oferendas cabíveis e sacrifícios em seus Atisás (árvores sagradas com assentos). Após o Zandró, todos os voduns são invocados e já saem vestidos no arrebate, não existindo roda para invocá-los na sala. Seu presente, o gbòitá é carregado por Ogun e depois posto aos seus pés, iniciando assim o ano e agradecendo pela vida e por todo seu poder. O àndè (poço) é seu principal símbolo e é indispensável dentro de uma casa de Jeje. O poço simboliza a abundância (uma vez que enquanto tiver poço, se tem água e nunca faltará), além de representar um portal, entre o mundo subterrâneo e o nosso mundo, extraindo água do interior da terra, unindo de certa forma, ambos os elementos. Dan simboliza a riqueza, a prosperidade e a abundância. Une o macho e a fêmea, sendo sempre cultuado em casal e recebendo como sacrifícios animais de ambos os sexos. Dizem os mais antigos que serpente nunca anda só, onde uma está a outra está por perto, a espreita. Para os iorubás Dan é chamado de Òsúmárè, deixando de exercer função de rei para ser súdito de Xangô (divindade do fogo e trovões). Segundo os mitos iorubás, Oxumaré leva água para o castelo de Xangô, no alto das nuvens, representando a devolução, trazendo água da terra para o céu e vice-versa. Essa transformação de Rei para súdito se dá pelo fato de conflitos entre povos Dahomeanos e povos iorubás, onde ambos sempre tentavam invadir suas cidades e escravizar seus habitantes. O fato é que Dahomey e demais povos iorubás sempre guerrearam, gerando uma aglutinação de cultos e distorção de fatos. Dan é o grande Deus da transformação, senhor da vidência juntamente com Fá (vodun similar ao orixá Òrúnmíllá dos povos iorubás) englobando tudo o que se diz respeito ao presente, passado e futuro. Representa a sorte, a versatilidade e o conhecimento, sendo a divindade do raciocínio e da expansão. Tem como colares o brájá (feito de búzios devidamente encaixados lembrando escamas de serpente, representando a realeza e a riqueza) e o húnjèvè, sendo este dado apenas aqueles cujo processo de iniciação está completo, com suas obrigações pagas, representando a maior idade e sendo o único colar que vai com o neófito mesmo após sua morte, como se fosse uma espécie de “senha” para ser recebido no mundo dos Voduns. Seu simbolo é o Draká, seta adornada com duas serpentes mas, não é errado vermos alguns voduns Dàn com outras insígnias em suas mãos tais como Adaga, òfá, garras, ágbégbé. variando conforme conhecimento do sacerdote e caminhos do Vodun. Sua vestimenta varia conforme vodun, mas sua cor preferida é o branco, por simbolizar a união de todas as cores.
Alguns Voduns Dan
DanGbé, Dàn Gbé Sén ou Gbesén (Bessém): o nome significa “adorar a vida”, é o Ako Vodun (Vodun Principal) do povo Jeje Mahi, dono do Sejá Hunde. É o Vodun ligado a vida e a renovação.
Frekwen, Flekwen ou Kwenkwen: Feminina, irmã gêmea de Tokwen e ambos são filhos
de Aido Wedo e Dangbala. Guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda. Alguns dizem que é representada pelas cobras venenosas. Considerada pelos Jeje Mahi como a esposa (ou uma das esposas) de Bessém.
Dan Jikú, Ojikún ou Dan Jikun: Junto com Ewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da lua. É quem trás as chuvas e é considerada uma das esposas de Bessém.
Azannadô, Azannawodô ou Azonadô: Este é um vodun ligado aos voduns de morada na árvore, como Loko. Era cultuado em uma grande árvore no Bogun. É um principe e é o símbolo da fartura.
Bosalabe: Toquem (adolescente) feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Ewá. Muito alegre e faceira vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
Bosuko: Masculino, toquem (adolescente) e gêmeo de Bossá.
Dan Ikó: Ligada e por vezes confundida com Lissá e Oxalá.
Aidóhwedó, Aido Wedo ou Dan Aido Wedo: É a “Serpente Arco-Íris”, um Vodun raro e pouco conhecido, suas escamas tem o poder de refração de luz, formando assim o arco-íris.
Dangbadahwedo Dangbala ou Dangbala Wedo: Companheiro de Aido Wedo, e são pais de vários Voduns Dan. Dangbala é um vodun muito antigo, acredita-se que esteve presente na criação do mundo. Poucas são as casas que tem fundamentos para fazer Aido Wedo e Dangbala. No culto creole do Haiti (Vodu) são tidos como os maiores Lwás (deuses do vodu).
Azli, Naê Aziri ou Aziri Tolá: É tida como uma serpente das águas, muito confundida com Òsún. Habita o fundo das águas doces e se veste de amarelo bem clarinho. Também muito confundida com Azli Togbosi (Aziri Tobôssi).
Bafono ou Bafono Deká: Vodun masculino da família de Dan, com corpo de cobra e cabeça de crocodilo. Vive junto a Aziri no fundo das águas.
Obs.: No Ketu, muitos destes voduns são considerados qualidades de Oxumaré.

ÒRÌSÀ OKO



ÒRÌSÀ OKO
Considerado por muitos um caminho do Obàtálá ou òrìsà funfun. Òrìsà Teko (Eteko) é também chamado de Òrìsà Ijugbe ou ainda Lejugbe (Senhor da Ijugbe)... pois é o padroeiro dessa cidade. Ele é o Òrìsà da agricultura, dos granjeiros, dos inhames, das sementes, da fertilidade da terra e também é quem atrai a chuva para beneficio dos semeadores. No principio, Ijugbe era uma aldeia de granjeiros, o sacerdote do culto do Òrìsà Teko, quem segundo a tradiçao era o primeiro em prantar o inhame para o Òrìsà abençoar as colheitas. Do mesmo jeito, os primeiros inhames da colheita eram destinados ao Òrìsà Teko.
Òrìsà Teko é conhecido em outras regioes pelo nome de Òrìsà-Oko protetor da cidade Oko ou ainda “Òrìsà da agricultura / Òòsà-oko - Protetor das Fazendas”.
Originário da cidade de Irawo, onde era rei, foi banido da mesma, pois ficou leproso, indo morar no campo com sua mulher, daí provém o apelido ETEKO, que quer dizer: ETE = Leproso; OKO = Campo; “O leproso do campo”. Devido a sua doença, ele cobria o seu corpo do sol com um longo pano branco e caminha com dificultade, com ajuda de sua mulher construiu uma cabana de folhas de palmeira e os dois se estabeleceram colheitando frutos do mato e caçando guineas (galinhas d’angola). Naque tempo, os homens não sabiam como plantar e foi por acidente que ÒRÌSÀ-TEKO descobriu a arte da agricultura ensaiando com os inhames e mais adiante com frutas etc. Com o passar do tempo aprenderam também a plantar e reconhecer as qualidades medicinais das ervas. Depois de muitas provas com diferentes ervas, acharam a cura para sua doença. Depois de curar, eles voltaram para a cidade de Irawo, onde o povo lhes acolheu com alegria fazendo uma grande festa. ÒRÌSÀ-TEKO ensinou para seu povo a agricultura e o conhecimento das ervas medicinais. Após a sua morte Òrìsà-Teko, o povo não esqueceu ele, pelo contrário, continuaram a contar a história de Òrìsà-Teko para seus descendentes. Após muitos anos, Òrìsà-Teko foi divinizado e virou padroeiro dos agricultores.
Teria sido um grupo de caçadores, seguidores de ÒRÌSÀ-TEKO quem fundou a cidade de Oko, levando o seu culto com eles. ÒRÌSÀ-TEKO passaria então a ser conhecido como ÒRÌSÀ-OKO (padroeiro de Oko) sendo na verdade que Òrìsà-Teko / Òrìsà-Oko trata-se do mesmo Òrìsà. No entanto, o nome “Òrìsà-Oko” é muito mais difundido pelo fato de ser quem ensinou a agricultura, a palavra “oko”, além de “campo”, também quer dizer: plantaçao, semeando, agricultura.
No culto do Òrìsà-Oko (ou Eteko / Ijugbe, dependendo o lugar muda o nome) na Africa, Acredita-se que este Òrìsà cura a malária e outras doenças ligadas aos lavradores no campo.
As abelhas são suas mensageiras.
Uma outra lenda conta o siguinte sobre a importancia do cajado do Òrìsà-Oko:
“Òrìsà Oko era um velho que desceu do Céu e vivia de suas lavouras. Ele tinha muitos filhos, que moravam na cidade de Irawo. Quando seus filhos iam visitá-lo, algumas vezes o viam e algumas vezes não. Ele caminhava lentamente, apoiado em um cajado, e sentava-se para descansar. Quando ficou muito velho, seus filhos o levaram para morar com eles na cidade. Homens que carregavam o produto das lavouras do velho vinham sempre à cidade e indagavam onde ele morava. Os habitantes da cidade, intrigados, foram vê-lo, levaram-lhe presentes e honraram-no. Um belo dia ele morreu e seu corpo desapareceu. Ficou apenas seu cajado e prestaram-lhe todas as honras que outrora eram prestadas ao velho.”
Em outras historias, Òrìsà-Oko era um velho caçador que tinha um cachorro e descobriu a agricultura após reparar que umas sementes enterradas pelo cachorro começaram a crescer.
Isso nós reforça a idéia de que:
Òrìsà-Oko Tbm seria um dos Deuses da caça, companheiro de Ògún e, tal como Ògún e Òsóòsí, é patrono dos caçadores. Um de seus nomes de louvor é ´´Caçador de elefantes`` que mantém sua casa limpa" (Ode erin a mulé mo) Arte cujo seu filho Erínlè herda ( Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante – Ou mesmo o grande caçador de elefantes; a palavra caçador (Ode) é usada para designar seus fieis; algumas de suas cantigas também se referem a ele como caçador.
Pois numa certa localidade: Òrìsà-Oko é pai de Erínlè juntamente com Ìyá Apáòka sua esposa e mãe do orisá Erinlé. No OdùOgbe – Odi, nasce a consagração de ÒrìsàOko, como dono dos semeados e da lavoura, tornando-se assim o Patrono dos Lavradores, assegurando desta forma nossa prosperidade na Terra.
Òrìsà-Oko, faz com que a palavra proferida, seja cumprida, graças à um pacto entre este e Olódùmarè. Muito laborioso, sabe guardar profundamente os segredos. Dizem que seus testículos chegam a alcançar o solo.
Òrìsà Okô é o òrìsà da agricultura. Chibata de couro, cajado de madeira. Toca uma flauta de osso. Uma faca com fileira de búzios etc.
Òrìsà, pouco conhecido no brasil. Na época em que os escravos aqui chegaram, não deram muita importância a este Òrìsà, sendo assim acabamos por perder muitos dos seus fundamentos.
A responsabilidade da alimentação mundial, esta sob o domínio desta magnífica divindade. Simboliza a força de vontade, a permanência, a firmeza, a perseverança, a concretização, a resistência, a fartura e a estabilidade financeira.
O saber não ocupa espaço, e sim o vazio de nada saber.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

os 12 reinos da jurema sagrada.

                                           os 12 reinos da jurema sagrada.


1º REINO: REINO DO JUREMÁ_ Composto pelas Cidades: Juremá, Cidade Campos Verdes e Cidade Estrela D'Alva. Este Reino pertence aos primeiros catimbozeiros, os que iniciaram o culto de Jurema. Faz parte deste Reino os Caiporas, Curipiras, Mestres Curandeiros, Casamenteiros e Mestras Parteiras. Praticam magia imitativa e simpática. Há muitos Caboclos com poucas características de índios mas q entendem muito de remédios do mato. Este Reino é governado por Tupã que na mesa é chamado de Rei Tanaruê. Não acosta pq é como se fosse o nome de Deus chamado pelos índios. Toda a falange de Tupínambá vem através deste Reino. Os Mestres Inácio de Oliveira, Roldão de Oliveira e Maria do Acais são os que estão a frente das cidades. Este Reino tem a função de melhorar a vida das pessoas trazendo prosperidade, inteligência e despertar a ciência dos discípulos. Na árvore da Jurema este reino está na semente.




2º REINO – REINO DO VAJUCÁ

Dizem os antigos que este Reino fica na direção norte de quem está no RN ou na PB e quem tem a Ciência da vidência vê no céu quando o dia começa a nascer e isto somente por alguns segundos. Este é um Reino de Muitos Mestres que viveram no RN e redondezas. Há muitos Caboclos e Pretos-velhos, neste Reino. Diz-se que o Vajucá está divido em duas partes: Uma tomada por florestas e com muitas tribos de índios "brabos" e a outra metade é constituida por caatinga. Ester Reino está sob a direção de Rei Heron que é o Rei dono de todas as doenças e se apresenta com um grande chapéu de palha adornado com uma "franja" de agave desfiada indo até quase a cintura. O Reino do Vajucá é constituídos por Mestres que trabalham com plantas e a própria terra. Sabem fazer remédios com argila e ervas torradas sendo também exímios preparadores de misturas para cachimbo, usadas em diversos atendimentos espirituais. Mestres Carlos, João da Mata e Mestra Fuastina são os representantes das Cidades deste Reino. As Cidades são: Aldeia Vajucá, Aldeia Mata Virgem e Aldeia Arruda



3º REINO ANGICO

Angico além de ser o nome deste reinado, tambem ´´e o nome de uma árvore muito importante em nosso culto que leva o mesmo nome deste reino. Este reinado traz o poder da proteção, do fechar do corpo e do espirito para os males do mundo. Neste local, vários espíritos que se destacaram pela manipulação dos poderes encandados das águas e de feitiços ligados a alma feminina; tais como Mestra Aninha, Mestra Joana Pé de Chita, Sibamba e etc ...





4ºREINO TANEMA

É interessante falar sobre este reino corrigindo a pronuncia que algumas pessoas ao falar ou cantar sobre este reinado, errôneamente o chamam de PANEMA. Panema é um mal súbto, uma doença parecida com o BANZO dos negros, um tipo de depressão causada por encantamento com o objetivo de fazer o atingido definhar.
Tanema é um reino de transformação e equilíbrio; um reino onde as coisas e pessoas passam e se trasmutam, um reino de renovação ... Neste reinado encontraremos muitos CURANDEIROS, CIGANOS, PAJÉS e outros entes que trabalham e cuidam de ervas e animais




5º REINO DO TIGRE

Neste Local estão alocados os índios que foram massacrados, os feiticeiros que foram condenados e torturados por serem bruxos, magos negros, kabalistas e etc ... Este é o reino da guerra e do conflito, dele é que tiramos a FORÇA para os trabalhos de "fumaça as esquerdas", que são rituais onde evocamos o PODER DE ANIQUILAÇÃO impregnado neste reino para diluirmos cituações indigestas ou aparentemente intransponíveis em nossa vida







6º REINO DO BOM FLORAR

Parecido com o Reino de Tanema, onde estão se transformando as energias; O Reino do Bom Florar é um local onde já estão estabelecidos os vículos eco-existenciais com os seres animais, vegetais e humanos ... morada dos antigos pajés e de Mestres raizeiros; Este reino é repleto de entes iluminados ... a maioria dos mestres que trabalham ligados a este lugar, se dedicam a trabalhar em magias curativas




7º REINO URUBA

Este Reino é um marco da influencia da cultura negra dentro do Culto da Jurema Sagrada. Este reino é o meu favorito, pois tenho uma grande ligação espiritual com ele .... Neste lugar encontraremos vários Quilombos mistos de negros, índios e brancos foragidos ... Nas terras deste reino estão estabelecidos muitos VODUNS e PRETOS VELHOS, além do predomínio de negros de orígem efon (DJEDJE)







8º REINO DAS 7 COVAS DE SALOMÃO

Neste lugar esta o berço da ciência profética e mistica da Jurema. Nele morão os espíritos que são pilares das ciencias ocultas e por ele passam povos de mistério para buscar SABEDORIA para suas jornadas, dentre eles O POVO CIGANO entre outros.
É um reino de muitos mistérios, onde se trabalham com ladainhas, em silêncio ou cantando ... Sua localização muda de 12 em 12 horas; por tanto só catimbozeiros de muita ciencia conseguem contato para trabalhar com os mestres e as energias deste lugar bendito




9º REINO DO RIO VERDE

Este reino é uma ilha de matas densas e virgens; pois na verdade suas cidades encantadas estão debaixo das águas.

Reino onde é soberano o poderio feminino e de morada de encantados como botos, marinheiros, caravelas, sereias, ondinas e etc.

O Reino do Rio Verde é composto por 3 Aldeias que são:

· Aldeia do Rio Verde,

· Aldeia do Riacho Bonito

· Aldeia das Ondinas.

Apesar dessas aldeias serem submersas existe uma ilha no meio do Reino cheia de muitos rios e floresta onde muitos índios e caboclos vão buscar força e ciência.

Caboclo Rio Verde, Caboclo Rio Negro, Caboclo Maresia ( Rio Mar ) e tantos outros são oriundos daí.

Esse reino é o que purifica as almas e é representado por uma pena por ser de sabedoria e evolução.

O Renio do Rio Verde não tem Rei, tem Rainha que se chama: Rainha Aurora, mãe da princesinha Flora, do Príncipe Rio Verde, do príncipe Boço Jara, Do Príncipe Rio Negro e do Príncipe Maresia.

Rainha Aurora se casou com o Príncipe Fleximar e teve com ela dois rios (Verde e Negro) que eram gêmeos e acabaram por ordem do Rei Tanaruê gerando o príncipe solimões, com uma cuia mágica dada por Tanaruê.

Maresia é um encantado filho de um branco com a rainha Aurora e Boço Jara é filho do Rei da Turquia.

O Príncipe Rio Negro se encanta num pé de Taioba roxo e o Rio Verde num Irapuru.

Água Clara é uma das 12 meninas da saia verde é também outro nome como é conhecido o Reino do Rio Verde.

A ciência de consagração de Aninha do Agiró vem daí.

Quando O Príncipe Rio Verde vem como um Caboclo muitas vezes da o nome de Caboclo Lírio.





10º REINO DO ACAES

Este é o marco do Reinado dos Mestres na terra, lugar onde se iniciou e se ASSENTOU AS ALIANÇAS COM OS ENCANTES, para se firmar o contato, o conhecimento e o intercâmbio com os Reinados da Jurema. Morada e portão de passagem para os Mestres mais importantes dos primórdios dos cultos da Jurema no Nordeste que são Mestre Manoel Cadete, Mestre Machado Bravo, Mestre José Phelintra e etc




11ºREINO DE CANINDÉ

Este é um Reinado muito importante e ha quem diga que é por ele que encontramos as explicações e os motivos de existirem os sacrifícios de animais para a Jurema ... Local onde ha a unificação das várias etnias de índios em um só local vivendo em sua harmonia cultural, com suas pajelanças e mitos. Neste reinado como o próprio nome diz quem rege é o REI CANIDÉ o filho de Tupã, Senhor das festas, bebidas e da guerra

12º REINO DE TRONOS

O ultimo e mais misteriosos dos reinos. Nele se encontram os Reinados, Tronos e potestades do mundo espiritual... Local onde vivem e trabalham os ANJOS ( de todas as espécies). Neste reinado trabalham-se com o PODER DIVINO através de uma outra forma mais sútil da magia; o que para os esotéricos seria onde se guardam os DOGMAS DA ALTA MAGIA. Trocando em miúdos este reinado é fonte de PURIFICAÇÃO da espiritualidade do Culto da Jurema Sagrada.
 obs essa ciência é pertencente a irmandade reino do vajuca, uma irmandade formada no bairro do alecrim em Natal rio grande do norte no ano de 1977 na pessoa do mestre jaguar que era discípulo de Severino estevão ( pai domingos) que por sua vez era afilhado de Geraldo guedes, na qual me orgulho imensamente de fazer parte dessa ciência!







sexta-feira, 21 de agosto de 2015

OLOROKE O REI DE EFON.

OLOROKE O REI DE EFON
Maria Violão (Iya Adebolú) e Tio Firmo (Baba Irufá) nos deixaram uma boa herança...
No ano de 1856 era fundada a nação Efon no Brasil pelo... casal de africanos citados acima, e o "Asé Yangba Oloroke ti Efon" foi o berço da nação, cujo o patrono e OLOROKE, o Orisa de Mãe Maria Violão, o senhor das montanhas.
Oloroke é representando pelo leão da montanha (Ekun Oke), pela árvore Baobá (Iggi Ose), pela lava e obviamente pelas montanhas.
Seu culto vem da região Lokiti Efon, Nigéria.
Se conta que os Deuses desceram a primeira vez sobre a terra graças a Oloroke que fez a terra se elevar acima das águas de Yeye Olokun formando um grande monte/vulcão por onde os deuses passaram.
Oloroke é sim o Rei de Efon e sua filha é a Rainha Osun, Deusa das águas doces .
O rosto de Oloroke esta sempre coberto, ele é um justiceiro e por isso evita ver as pessoas ja que se ve-las ele ira castiga-las por seus pecados.
Uma Lenda:
No princípio Olokun reinava só no mundo. Mas Olofin estava triste aborrecido com isso, faltava-lhe algo.
Foi então que Oroiná com a força que lhe deu Olodumaré, fez surgir a primeira colina do fundo do mar.
Assim foi como nasceu Orisa Oke.
Olodumare reuniu os demais Orisa em Oloroke e mostrou a cada um o seu domínio. Sem Oke ninguém poderia ter feito nada e por isso sempre há que se lembrar dele e fazer-lhe sacrifícios.
A yi(a)ra oke
Oloroke Oloroke
(Nosso povo esta na montanha
Oloroke, Senhor que recebe suas oferendas na montanha)
Epi Imole!
Da casa de Oloroke saíram grandes nomes tais como:
Mãe Milu
Paulo de Sango
Matilde de Jagun (Baba Oluwa)
Cristóvão de Ogun (Ogun Anauegi)
Celina de Iemonjá
Crispina de Ogun
Waldomiro de Xangô (Pai Baiano, Orunkó Obálokitiassi)
Noélia de Osun
Ya Ada de Omolu (Sacerdotisa da nação no estado de São Paulo no Ile Oluaye Omode Okorin Efan)
Baba Rosivaldo de Osumare
Paulo do Efon ( Asé Oloroke Oba Orun Olosunta, Bauru - São Paulo)
Obviamente houveram muitos iniciados na casa de Oloroke, e deste Ase nasceram muitos outros.
OLOROKE NÃO É GRANDE
OLOROKE É IMENSO
Saudação a todos os frutos desta Raiz!
AWURE!

ORISA OTIM IRMÃ DE OLOOGUNEDE.

OTÌN BÒRÒ ODE!!! (Otin venha ajudar Odé)
Ayabá Otin:
* Porque é tão rara
*Irmã de Logun...
*Filha de Erinlé
*Esposa de Oxóssi
*Características dos filhos

Erinlé gerou um filho com Ipondá, chamado Logun'Edé.
Apos isso Erinle se casou com Abatan (Ayabá do Pântano) e com ela gerou Otin.
Na mata Otin conheceu meio irmão de seu pai, Oxóssi.
Otin se casou com Oxóssi (Odé de Ifé/Ketu) e com ele gerou um filho caçador, Odé Oti.
Otin é Orisa de Efon, se inicia sim em Homens e Mulheres. Não pega juntó, é a principal mulher Caçadora (Obirin Odé), sempre junto com os Odé's.
Otin é rara porque na maioria casas Ketu ela foi diminuída a "Qualidade de Osun", mas nas Efon e mesmo as de Ketu que buscam mais a fundo os rituais, Otin é Ayabá sim, se veste de Azul claro, rosa claro e verde claro, usa abebê, Ofá, lança, e um Obáirú (erukere com osso, duro, que é atribuído a pessoas da realeza), e ela usa um filá que cobre so metade da face.
Existe uma lenda que diz que Otin so pega a cabeça dos filhos mais amados, os que ela faz absoluta questão, pois ela tem o hábito de dar seus Omó para Oxóssi.
*Características dos Filhos de Otin:
São pessoas de facil convívio, não são revoltados com Nada, eles sempre pensam bem e fazem tudo com cautela. Sao inseguros no amor, sempre temendo perder a pessoa amada. São humildes, não exibem e não esbanjam Nada, gostam de uma vida comedida. No geral são magros e esguios, olhos marcantes. Não tem muitos amigos pois não gostam de muvuca, se concentram em poucas mais leais amizades. Não sentem inveja, preferem viver a propria vida do que se espelhar na dos outros. Muito raro Zeladores de Otin, ela não tem ambição por ser dona de Ilê, ela somente quer ser dona dos filhos.
Otin nasceu com três seios.
Por sua deficiência fisica ela possui um forte sentimento de inferioridade, mas isso deve ser combatido, ja que não ha nada que a diminua.
Otin tem dois talentos: caçar e cozinhar. Mas não gosta de Agricultura, não planta nada, ela colhe o que a natureza dá.
Responde nos Odú's Obará Meji, Eji Onilê e Osê Meji.
Saudação: Otíla!!! Oke Mambo Otin!!!
Divindades da caça que eles vivem nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado OFÁ. Em algumas lendas aparece como irmão de Ogum e de Bará. Vivem nas matas, caçando, por isso, protege os caçadores em suas expedições. É casado com Otim formando um casal inseparável, onde está um está o outro. Odé caça, mas fica com pena dos bichos e dá para sua mulher Otim.
Saudação: Oquebambo Dia da Semana: Sexta-feira, pois é o dia da Iemanjá, que é mãe de Odé, Número: 07 e seus múltiplos
Cor: Azul forte e branco para Odé e Azul forte e rosa para Otim
Guia: 01 conta azul, 01 conta branca, 01 conta azul para Odé 01 conta rosa, 01 conta azul, 01 conta rosa para Otim
Adjuntós: Odé com Otim ou Iemanjá Bocí (neste caso normalmente a Otim passará para a "passagem"). Otim com Odé
Ferramentas: Arco e flecha, funda, bodoque, moedas e búzios
Ave: Frango pintado(colorido) Odé e galinha pintada(colorida) para Otim Quatro pé: Casal de porco
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS - Os filhos de Odé e Otim são reservados para sí próprios e gostam da solidão. São quietos, fechados e considerados de difícil convivência, são responsáveis e quando assumem responsabilidade procuram sempre cumprir. São dedicadas a casa e a família.
TRAÇOS POSITIVOS - Analítico, meticuloso, modesto, ordeiro como ninguém, discriminativo.
TRAÇOS NEGATIVOS - Minucioso ao extremo, preocupadíssimo, hipercrítico, anormalmente convencional, enfadonho.
CARATER - Extremamente prático, mas com tendência para os detalhes, sendo muito cuidadosos e prontos a ajudar os outros. Eles adoram os detalhes, muitas vezes são dominados por eles na busca da perfeição, com isto podem perder a visão do quadro geral, sua força motriz é servir.
A MENTE - Pode não ser da mais alta ordem intelectual, no mínimo porque lhe falta amplidão de visão, mas provavelmente é mais capaz do que qualquer outra pessoa para a assimilação analítica e detalhada dos fatos. Maravilhoso pesquisador, porém costumam sofrer inibições e restrições, características que vem à superfície na forma de uma tendência a serem nervosos ou altamente sensíveis.
RELACIONAMENTOS EMOCIONAIS - A associação a castidade é tão óbvia que pode tornar difíceis os relacionamentos. Nem sempre é fácil, quando apaixonado exprimir-se tão integral ou ardentemente quando realmente desejaria.

ORISA DANKO PAI BIOLOGICO DE OYA!

O PAI BIOLÓGICO DE IANSÃ ORISA DANKÓ
Babá Dankó foi agregado a qualidade de Oxalá mas ele não é Oxalá, na verdade ele é um Funfun que tem culto próprio.
Dankó é... irmão de Akafojiyan, sendo que Akafojiyan mora no Bambuzal branco e Dankó no Bambuzal amarelo.
Dankó é o senhor do Bambuzal dos Eguns, se conta que a porta para o mundo dos mortos é o centro do Bambuzal. Dankó é muito reverenciado no candomblé Efon por ter profundas relações com Oloke.
O culto de Dankó é bem expressivo, sempre vemos Bambuzais com grandes laços brancos em consagração a esta divindade.

Vamos ver 2 itans de Dankó e sua filha Oyá:
Itan 1
* Dankó abandona sua filha Oyá
Orisa Dankó era o dono do Bambuzal dos eguns, e la ele conheceu Anambukú e com ela teve um filho. Anambuku assim que pariu entregou a criança a Dankó, e lhe disse que ele deveria criar a criança. Dankó não pode sair do Bambuzal por muito tempo, pois ele controla os Eguns. Percebendo que ali era um local cheio de maus espíritos, ele percebeu que não era um bom lugar para criar sua filha. Dankó pegou a bebe pelo calcanhar e a arressou o mais longe que pode, e a criança caiu nas florestas de Ifé. Odé Odulecê encontrou o bebe na mata, e então adotou a menina como sua filha. Até os dias de Hoje Oya saúda Odé Odulecê como seu pai.
Itan 2
* Oyá é malvada com Dankó
Oya não gosta de Babá Dankó, ela foi criada por Odulecê e não perdoa ter sido abandonada quando criança. Se conta que um dia Baba Dankó passeava na praia quando percebeu que Oya estava ali nadando nos Corais. Dankó chamou Oya para comprimentar sua filha, mas ela o desprezou, tomou seu cajado e atirou no mar. Dankó ficou muito triste e chorou muito, até que Osun o ajudou a recuperar seu cajado. Um dia Dankó caiu e machucou a perna nas pedras afiadas dos rochedos, e então ele viu Oyá voando entre as nuvens e pediu socorro. Oya foi até ele e colocou dendê na ferida, depois foi embora e deixou Baba Dankó sofrendo no chão. Dankó gritou por Osun que o ajudou a curar a ferida na perna e o restaurou completamente.
Pode muito tempo passar mas Oya nunca esquece quem lhe fez mal, ela nunca perdoará Dankó pelo abandono.
Dankó e Oya comungam do Mesmo Asé mas não são próximos.
Dankó é Deidade e em teoria não roda em cabeça de Yawo, mas existem casos de iniciados no Brasil.
Asé.