sexta-feira, 2 de maio de 2025

excelencias

https://www.uern.br/controledepaginas/tesesDefendidasem2022/arquivos/6992tese_ana_maria_de_amorim_viana.pdf

sábado, 19 de abril de 2025

ressurreição

Aleluia

Louvado seja Deus
Eis o significado
É a esperança da ressurreição 
No dia que virá, a Páscoa 
Afora as tradições rituais religiosas
Repetidas ano a ano
Louvemos a Deus
No mais Franciscano entendimento
Buscando a paz 
Exercitando amor
Praticando perdão
União pelo respeito
Fé nos dias de tormenta
Façamos nossa parte
Se o exemplo não funciona
Tão pouco a palavra fará
Só haverá a ressurreição legítima 
Quando a Páscoa vier da alma

Donc (Marcelo Galvão)

Sábado de Aleluia, 19 de abril de 2025

sexta-feira, 18 de abril de 2025

todos os dias Cristo é crucificado.

Todos os dias Cristo é crucificado 

Não choro por Cristo
Ele cumpriu sua determinação 
Ele se fez verdade transformando palavras em atos
Ele deu significado à vida ensinando perdão, amor, bondade e justiça 
Ele pagou o preço por não se corromper
Ele foi torturado e morto por andar com gente de má fé 
Choro pelos iludidos que acham que enganam a própria consciência, vivendo uma espiritualidade hipócrita, preconceituosa, interesseira, covarde, vil e adornada de enfeites desnecessários à fé. 
Choro pelos Júlios caluniados, pelas Bernardes difamadas, pelas Marieles assassinadas, pelas Dandaras espancadas até a morte. 
Choro pelas balas perdidas que acham crianças negras periféricas.
Choro por 2.025 anos de tanta gente que em nome de Cristo, propaga toda má sorte de violência e morte 

Até quando?

Sexta-feira santa, Paixão de Cristo. 18 de abril de 2025.

Donc (Marcelo Galvão)

lava pés

Lava pés 

Não há homem poderoso no mundo 
Que uma vez tocado pela compaixão 
Não enxergue outro homem no chão 
Largado a sarjeta
Não veja ali, Deus a dizer
É teu irmão, meu filho
É meu filho pródigo 
É o largado a própria sorte, acolhido pelo samaritano 
E assim
Se puderes
Acolhe-o
Banha-o
Unta-lhe de suave fragrância 
Veste-lhe com decência 
Alimenta-o com saudável refeição 
Se puderes
Vai a uma instituição 
Doa algum tempo de trabalho aos desabrigados
Luta, de alguma forma, pela equidade social
Eis honrosa oração 
Trabalho de redenção 
Sagrado lava pés 
Aprendido às véspera da paixão 
De cada credo, retira uma boa ação 
E aí se fará o homem, cuja honra, o mundo cura

Donc (Marcelo Galvão), quinta-feira maior da semana santa - 17/04/2025

quarta-feira, 16 de abril de 2025

jejum da semana santa

O jejum da alma

Embora seja importante a criação de uma rotina de jejum alimentício, que visa diminuir a toxidade contida nos alimentos 
Precisamos entender que o jejum religioso ou espiritual vai muito além da privação da carne vermelha.
Ele tem haver com a desintoxicação de hábitos éticos e morais que nos prejudicam e prejudicam aos que estão ao nosso redor e até mesmo ao meio ambiente 
Que tomemos o jejum da semana santa como uma prática além de um dia especifico e fazer disso o verdadeiro significado da nossa ligação com Deus 
Que não é apenas o famoso religare, mas o relegere (reler, todos os dias nossas crenças e habitos)
Reler nosso caráter 
Reler nossas verdades
Reler nossas relações conosco e com o mundo
Sair do comodismo de que não comer carne me faz ficar bem com Deus 
Deus quer compreensão de uns para com os outros
Deus quer compaixão de uns para com os outros
Deus quer solidariedade de uns para com os outros
Para que atinjamos o estatus de irmãos uns dos outros, porque somos filhos da mesma fonte criadora, Deus
Vamos nos despindo com zelo e respeito das mazelas da alma
Mentira
Hipocrisia
Calúnia 
Difamação
Avareza
Egoísmo 
Indiferença
Vingança 
E tantos outros hábitos danosos que alimentamos 
O Jejum espiritual é para todos os dias
Não apenas na semana santa 
E quanto ao alimento: tire um dia de jejum, na semana, de alimentos que nos intoxicam mais do que nos nutre.

Donc (Marcelo Galvão)

Quarta feira de treva da semana santa, 16 de abril de 2025.

sábado, 29 de março de 2025

caminhos da árvore Jurema

O símbolo do catimbó é a árvore Jurema. Símbolo de força, energia e poder Divino. Da árvore Jurema se retira sementes para consagrar os seus Discípulos, troncos para levantar no mundo material representações dos Mestres do além. Da folha, sumo para atrair coragem. A casca da árvore serve para banhos de descarrego. A raiz serve para preparar a bebida que possibilita o transe sagrado. 

OS "CINCO" CAMINHOS QUE A JUREMA  TEM 

A Jurema Preta (Mimosa hostilis) é uma árvore da família das Acácias. De grande importância para o Juremeiro. Essa espécie traz toda a fundamentação para este culto de origem xamânica nordestina que cada vez mais tem tomado forma de religião.  Dentro da pajelança sua importância estava no vinho retirado de suas raízes que contém um princípio psico ativo que uma vez ritualizado e bebido abriam-se portais para o mundo dos Encantos e da Ciência espiritual soprada pelos seres dos invisíveis. Essa ritualização elevou essa espécie de acácia ao estatus de sagrada, onde cada parte dela representa um caminho. Essa noção chegou as mesas de Senhores Mestres onde a Jurema é empregada em muitas funções terapêuticas. 

Cada compartimento da árvore Jurema, são caminhos e moradias de espiritos que representam toda a prática  do culto. Esses compartimentos ou partes tem seus elementos místicos e espirituais usados pelo Juremeiro em trabalhos. A árvore se divide em cinco caminhos, que vão da raiz às sementes. 

1) A raiz
2) O tronco
3) As folhas
4) As flores
5) As sementes 

"Subi por um suspiro, desci por um fio de ouro, abrindo nossos trabalhos, guardando em um tesouro" 

É preciso passar pela provação para voltar fortalecido, coroado de êxito e se responsabilizar pelos trabalhos da Jurema que são aguardados como um tesouro. 

O trabalho da Jurema ninguém pode saber (os leigos e curiosos),  é como trabalho da abelha, trabalha e ninguém vê. 

Se diz que para entrar na Ciência Sagrada do Juremá, a pessoa primeiro desce aos porões onde se depara com a escuridão. Mestres de esquerda, hábeis em saberem quais as intenções de quem quer adentrar nos mistérios, lá estão a espera. É na raiz aonde vamos encontrar a purificação e os espiritos mais pesados, os "capangueiros" os "Mestres Quimbandeiros e/ou Esquerdeiros", ... Por um suspiro a pessoa emerge para os invisíveis. ESTE É O PRIMEIRO CAMINHO. 

Através do suspiro ela chega ao tronco da Jurema. Aí é onde ela se fortalece. Os Mestres que aí estão ligados são aqueles que vêm para trabalhar na mesa do Juremá. São fortes,  verdadeiros, as vezes brincalhão, noutras vezes, rígidos. Eles sabem exatamente a missão que carregam perante aqueles que vêm buscar socorro dos Encantos. Eles também sabem e reverenciam o que sustenta a Jurema, a raiz. É lá que está a Senhora Rainha. 

Lenda da Jurema 

Conta-se que um bravo guerreiro Tabajara, chamado Abaturuna se apaixonou perdidamente por uma jovem e bela índia chamada Yurema. A chamavam assim porque ela era arredia e sempre amarga e não fazia amizades com ninguém. Ela foi encontrada na mata, bebê, por um grande Pajé Tabajara. Era de uma beleza ímpar, branca como a lua, olhos e cabelos negros como a noite. Cedo ela revelou muitos dons; conseguia viajar no pensamento, visitava as aldeias do mundo invisível, falava com os Espíritos Encantados nas matas e com os antigos Deuses. A seu pedido, seu pai adotivo fez uma oca para ela morar sozinha, assim ela poderia se dedicar a sua arte mágica, curando doenças, picadas de animais peçonhentos, ferimentos, doenças de espíritos, etc.
O jovem guerreiro a amava em silêncio. Não ousava se aproximar porque ela era sempre reservada e isolada. Ela sabia do amor que ele nutria, ela também o amava, mas sabia que esse amor nunca poderia ser cumprido. Yurema era filha de Jaci a lua com um índio e para fugir da ira de Coaraci, seu marido, ela a deixou na mata para que fosse criada pelos índios. Por isso que Yurema tinha tantos poderes, por ser filha de uma Deusa. Um dia Abaturuna sentindo que nunca iria realizar seu amor, resolveu partir desse mundo. Rumou para a mata sem suas armas disposto a morrer. Yurema sentiu o que ia acontecer e foi atrás dele. Encontrou-o triste esperando a morte chegar. Ela se encheu de coragem e revelou que também sentia um grande amor por ele. Nesse momento se entregaram um ao outro vencidos pelo amor que sentiam. Do céu Coaraci então descobriu o fruto da traição de Jaci e partiu para mata-la. Desesperada Jaci implorou a Tupã que a ajudasse. Tupã compadecido a transformou numa raiz que fez surgir uma bela árvore, a Jurema. Seu jovem e valente amor virou os galhos espinhentos para que Coaraci não pudesse atingi-la e assim Yurema ficou protegida e guardada e continua revelando os mistérios dos invisíveis a quem bebe de seu licor, a dona da Ciência do Juremá. 

Lenda ouvida do meu Padrinho Reinaldo Ribeiro dos Santo. 

O Jurema Encantada, que nasceu de frio chão. Dai-me força e Ciência, como deste a Salomão. ESTE É O SEGUNDO CAMINHO. 

Do tronco da Jurema, saem os galhos, que abrigam as folhas em meio aos espinho. Eis o lugar de domínio das Mestras. Elas não trabalham com a força.  Trabalham com a persistência e com a paciência em meio às adversidades;  são hábeis em usar o poder feminino para atingirem seus objetivos. Elas mantém a árvore em pé porque sabem se dobrar ao vento, a chuva e a seca. Elas murcham as folhas em tempo de muito calor e seca para que a Ciência volte para o tronco e raiz. Por essa capacidade são conhecidas como as Donas do Trono. Os banhos e mirongas feitos das folhas e das cascas são um atributo delas. Elas que devem ser evocadas nesta hora. Existem Mestras especialistas em várias problemáticas dos seres humanos, como parto, cura de doenças crônicas, perturbações espirituais e mentais, casamentos fracassados, desempregos, desmanche de magia contrária,  etc. São as Mestras com a sua capacidade de conquista que adoram o Cruzeiro Mestre Divino. ESTE É O TERCEIRO CAMINHO. 

A Jurema brota da terra seca com muita força e poder e essa força e esse poder quando mal utilizado leva a uma série de perturbações. Diziam os antigos que a medida do querer nunca se enche. O poder corrompe. Desvirtua o caráter e leva a uma ambição desmedida e em alguns casos até criminosa. A Ciência da Jurema é tão maravilhosa que nos deu o equilíbrio. O equilíbrio da Jurema são as Princesas. Elas são comandadas pela flor da Jurema. São representadas por taças translúcidas com água cristalina. São os Espíritos mais puros da jurema. 
Bom fazer um lembrete de que existem Mestras que são elevadas a categoria de Princesas, mas por outros motivos. 

Ao lado delas, mas soltos da flor estão os príncipes que transportam a Ciência para outros Discípulos ou para novas árvores que vão ser semeadas. Um não existe sem o outro, porque senão a Ciência não se multiplicaria. São representados por copos, também translúcidos e de água cristalina. Os Príncipes são os que abrem a vidência para as Princesas predizerem a situação dos consulentes, em quem trabalha com esse tipo de oráculo. 

Eles e elas são inúmeros e cada Juremeiro os representam de acordo com suas Ciências recebidas. ESTE É O QUARTO CAMINHO. 

Da floração da Jurema vem a vagem carregada de sementes. Aí se encontram os Espíritos mais antigos da Jurema, conhecidos como Reis e Rainhas. Este título que os Juremeiros dão é pelo poder e autoridade que a semente da Jurema tem de ensimentar, consagrar e coroar um Discípulo, unindo-o com a Mestria. Sabemos que uma pessoa para trabalhar com um Mestre não precisa ser consagrada, mas quando ela é consagrada, fica protegida de espíritos embusteiros, mistificadores, que não são da família espiritual dele, fechando uma corrente para que ele não receba uma infinidade de Mestres e Caboclos e outras Entidades. O Consagrado, passa a fazer parte de uma corrente ancestral que o liberta de espíritos de mortos. O Consagrado não morre, se encanta, na Ciência. ESTE É O QUINTO CAMINHO. 

Por setenta anos pelejamos na Jurema para que nos dominemos sem ninguém nos dominar. 

Acima no céu é Deus 
Em cima da terra o Mestre 
No meio as águas que tudo corta
Na força do pensamento
Vai pra Jurema Jandaia
Todo mal que se corta é com a fumaça 

Discípulo Mestre Jaguar - Marcelo Galvão 

"Seu Marcelo, na Jurema tudo se aproveita, da raiz até as sementes. 

Sr. Geraldo Guedes". 

(*) a base para formação deste texto foi uma abençoada conversa com um dos Grandes Mestre da Jurema, Senhor Geraldo Guedes. 

Em 17 de maio de 2009

primeiro iniciado

O primeiro consagrado

"A gente não tem como percorrer o caminho do Pajé; a gente continua o caminho, a partir dele"

Nos tempos imemoriais, a floresta era todo o mundo que os Indígenas conheciam 
Se aventurar na floresta, em busca do alimento, era uma tarefa árdua 
As vezes o indígena voltava com o alimento 
As vezes ele era o alimento
O universo indígena era a floresta 
E, na floresta, eles permaneciam depois da passagem para os invisíveis
Morubixaba  buscava uma solução que garantisse a ida e a vinda de seu povo, da floresta
Um dia, juntou seus instrumentos de defesa e caça e adentrou na mata 
Não se sabe quanto tempo ficou por lá 
Se conta que na mata ele viu uma árvore tombada 
Ele viu que no meio das raízes havia uma raiz mais taluda, viçosa 
Ele a retirou
Lavou no igarapé
Raspou e comeu
Ele se sentiu embriagado 
Ele adormeceu 
Ele viu seus antepassados que entraram na floresta e não voltaram
Ele ouviu os recados 
Prepare a bebida sagrada 
O vinho dos Espíritos
Chame as velhas 
Prepare uma oca
Elas baterão na raiz
Até que o sangue venha
Ela deixará o sangue no pé da árvore Mãe 
Ela entregará a bebida para ser temperada, pelos homens
Eles botarão os temperos 
Todos dançarão por três noites
Eles cantarão
Eles irão chocalhar suas maracas 
Você os ensinará a beber o precioso licor
E da árvore tombada, o Espírito tomou da semente e plantou no corpo de Morubixaba
O Ancião entrou na mata como Morubixaba e saiu como Pajé 
A bebida foi preparada 
Foi cantada e dançada ao redor da fogueira 
Esse rito ficou conhecido como Ajucá, fazer Ajucá é Vajucá 
O tempo passou
Muitas coisas mudaram 
O Vajucá chegou na cidade dos brancos
Virou mesa do Juremá 
Onde se consagra os Discípulos 
Onde se recebe a semente no corpo
Onde se bebe Jurema

Vamos beber, meus irmãos 
Vamos beber
Vamos beber os bons sabê dessa Ciência 
Se ele é Caboclinho
Ele só veste pena
Ele só vem na terra, meu Deus
Pra bebê Jurema

"Se você não pode voltar no tempo para fazer o caminho do Pajé, se ajoelhe e receba a bebida e a semente do Padrinho que Deus lhe deu."

Donc