sábado, 29 de março de 2025

caminhos da árvore Jurema

O símbolo do catimbó é a árvore Jurema. Símbolo de força, energia e poder Divino. Da árvore Jurema se retira sementes para consagrar os seus Discípulos, troncos para levantar no mundo material representações dos Mestres do além. Da folha, sumo para atrair coragem. A casca da árvore serve para banhos de descarrego. A raiz serve para preparar a bebida que possibilita o transe sagrado. 

OS "CINCO" CAMINHOS QUE A JUREMA  TEM 

A Jurema Preta (Mimosa hostilis) é uma árvore da família das Acácias. De grande importância para o Juremeiro. Essa espécie traz toda a fundamentação para este culto de origem xamânica nordestina que cada vez mais tem tomado forma de religião.  Dentro da pajelança sua importância estava no vinho retirado de suas raízes que contém um princípio psico ativo que uma vez ritualizado e bebido abriam-se portais para o mundo dos Encantos e da Ciência espiritual soprada pelos seres dos invisíveis. Essa ritualização elevou essa espécie de acácia ao estatus de sagrada, onde cada parte dela representa um caminho. Essa noção chegou as mesas de Senhores Mestres onde a Jurema é empregada em muitas funções terapêuticas. 

Cada compartimento da árvore Jurema, são caminhos e moradias de espiritos que representam toda a prática  do culto. Esses compartimentos ou partes tem seus elementos místicos e espirituais usados pelo Juremeiro em trabalhos. A árvore se divide em cinco caminhos, que vão da raiz às sementes. 

1) A raiz
2) O tronco
3) As folhas
4) As flores
5) As sementes 

"Subi por um suspiro, desci por um fio de ouro, abrindo nossos trabalhos, guardando em um tesouro" 

É preciso passar pela provação para voltar fortalecido, coroado de êxito e se responsabilizar pelos trabalhos da Jurema que são aguardados como um tesouro. 

O trabalho da Jurema ninguém pode saber (os leigos e curiosos),  é como trabalho da abelha, trabalha e ninguém vê. 

Se diz que para entrar na Ciência Sagrada do Juremá, a pessoa primeiro desce aos porões onde se depara com a escuridão. Mestres de esquerda, hábeis em saberem quais as intenções de quem quer adentrar nos mistérios, lá estão a espera. É na raiz aonde vamos encontrar a purificação e os espiritos mais pesados, os "capangueiros" os "Mestres Quimbandeiros e/ou Esquerdeiros", ... Por um suspiro a pessoa emerge para os invisíveis. ESTE É O PRIMEIRO CAMINHO. 

Através do suspiro ela chega ao tronco da Jurema. Aí é onde ela se fortalece. Os Mestres que aí estão ligados são aqueles que vêm para trabalhar na mesa do Juremá. São fortes,  verdadeiros, as vezes brincalhão, noutras vezes, rígidos. Eles sabem exatamente a missão que carregam perante aqueles que vêm buscar socorro dos Encantos. Eles também sabem e reverenciam o que sustenta a Jurema, a raiz. É lá que está a Senhora Rainha. 

Lenda da Jurema 

Conta-se que um bravo guerreiro Tabajara, chamado Abaturuna se apaixonou perdidamente por uma jovem e bela índia chamada Yurema. A chamavam assim porque ela era arredia e sempre amarga e não fazia amizades com ninguém. Ela foi encontrada na mata, bebê, por um grande Pajé Tabajara. Era de uma beleza ímpar, branca como a lua, olhos e cabelos negros como a noite. Cedo ela revelou muitos dons; conseguia viajar no pensamento, visitava as aldeias do mundo invisível, falava com os Espíritos Encantados nas matas e com os antigos Deuses. A seu pedido, seu pai adotivo fez uma oca para ela morar sozinha, assim ela poderia se dedicar a sua arte mágica, curando doenças, picadas de animais peçonhentos, ferimentos, doenças de espíritos, etc.
O jovem guerreiro a amava em silêncio. Não ousava se aproximar porque ela era sempre reservada e isolada. Ela sabia do amor que ele nutria, ela também o amava, mas sabia que esse amor nunca poderia ser cumprido. Yurema era filha de Jaci a lua com um índio e para fugir da ira de Coaraci, seu marido, ela a deixou na mata para que fosse criada pelos índios. Por isso que Yurema tinha tantos poderes, por ser filha de uma Deusa. Um dia Abaturuna sentindo que nunca iria realizar seu amor, resolveu partir desse mundo. Rumou para a mata sem suas armas disposto a morrer. Yurema sentiu o que ia acontecer e foi atrás dele. Encontrou-o triste esperando a morte chegar. Ela se encheu de coragem e revelou que também sentia um grande amor por ele. Nesse momento se entregaram um ao outro vencidos pelo amor que sentiam. Do céu Coaraci então descobriu o fruto da traição de Jaci e partiu para mata-la. Desesperada Jaci implorou a Tupã que a ajudasse. Tupã compadecido a transformou numa raiz que fez surgir uma bela árvore, a Jurema. Seu jovem e valente amor virou os galhos espinhentos para que Coaraci não pudesse atingi-la e assim Yurema ficou protegida e guardada e continua revelando os mistérios dos invisíveis a quem bebe de seu licor, a dona da Ciência do Juremá. 

Lenda ouvida do meu Padrinho Reinaldo Ribeiro dos Santo. 

O Jurema Encantada, que nasceu de frio chão. Dai-me força e Ciência, como deste a Salomão. ESTE É O SEGUNDO CAMINHO. 

Do tronco da Jurema, saem os galhos, que abrigam as folhas em meio aos espinho. Eis o lugar de domínio das Mestras. Elas não trabalham com a força.  Trabalham com a persistência e com a paciência em meio às adversidades;  são hábeis em usar o poder feminino para atingirem seus objetivos. Elas mantém a árvore em pé porque sabem se dobrar ao vento, a chuva e a seca. Elas murcham as folhas em tempo de muito calor e seca para que a Ciência volte para o tronco e raiz. Por essa capacidade são conhecidas como as Donas do Trono. Os banhos e mirongas feitos das folhas e das cascas são um atributo delas. Elas que devem ser evocadas nesta hora. Existem Mestras especialistas em várias problemáticas dos seres humanos, como parto, cura de doenças crônicas, perturbações espirituais e mentais, casamentos fracassados, desempregos, desmanche de magia contrária,  etc. São as Mestras com a sua capacidade de conquista que adoram o Cruzeiro Mestre Divino. ESTE É O TERCEIRO CAMINHO. 

A Jurema brota da terra seca com muita força e poder e essa força e esse poder quando mal utilizado leva a uma série de perturbações. Diziam os antigos que a medida do querer nunca se enche. O poder corrompe. Desvirtua o caráter e leva a uma ambição desmedida e em alguns casos até criminosa. A Ciência da Jurema é tão maravilhosa que nos deu o equilíbrio. O equilíbrio da Jurema são as Princesas. Elas são comandadas pela flor da Jurema. São representadas por taças translúcidas com água cristalina. São os Espíritos mais puros da jurema. 
Bom fazer um lembrete de que existem Mestras que são elevadas a categoria de Princesas, mas por outros motivos. 

Ao lado delas, mas soltos da flor estão os príncipes que transportam a Ciência para outros Discípulos ou para novas árvores que vão ser semeadas. Um não existe sem o outro, porque senão a Ciência não se multiplicaria. São representados por copos, também translúcidos e de água cristalina. Os Príncipes são os que abrem a vidência para as Princesas predizerem a situação dos consulentes, em quem trabalha com esse tipo de oráculo. 

Eles e elas são inúmeros e cada Juremeiro os representam de acordo com suas Ciências recebidas. ESTE É O QUARTO CAMINHO. 

Da floração da Jurema vem a vagem carregada de sementes. Aí se encontram os Espíritos mais antigos da Jurema, conhecidos como Reis e Rainhas. Este título que os Juremeiros dão é pelo poder e autoridade que a semente da Jurema tem de ensimentar, consagrar e coroar um Discípulo, unindo-o com a Mestria. Sabemos que uma pessoa para trabalhar com um Mestre não precisa ser consagrada, mas quando ela é consagrada, fica protegida de espíritos embusteiros, mistificadores, que não são da família espiritual dele, fechando uma corrente para que ele não receba uma infinidade de Mestres e Caboclos e outras Entidades. O Consagrado, passa a fazer parte de uma corrente ancestral que o liberta de espíritos de mortos. O Consagrado não morre, se encanta, na Ciência. ESTE É O QUINTO CAMINHO. 

Por setenta anos pelejamos na Jurema para que nos dominemos sem ninguém nos dominar. 

Acima no céu é Deus 
Em cima da terra o Mestre 
No meio as águas que tudo corta
Na força do pensamento
Vai pra Jurema Jandaia
Todo mal que se corta é com a fumaça 

Discípulo Mestre Jaguar - Marcelo Galvão 

"Seu Marcelo, na Jurema tudo se aproveita, da raiz até as sementes. 

Sr. Geraldo Guedes". 

(*) a base para formação deste texto foi uma abençoada conversa com um dos Grandes Mestre da Jurema, Senhor Geraldo Guedes. 

Em 17 de maio de 2009

primeiro iniciado

O primeiro consagrado

"A gente não tem como percorrer o caminho do Pajé; a gente continua o caminho, a partir dele"

Nos tempos imemoriais, a floresta era todo o mundo que os Indígenas conheciam 
Se aventurar na floresta, em busca do alimento, era uma tarefa árdua 
As vezes o indígena voltava com o alimento 
As vezes ele era o alimento
O universo indígena era a floresta 
E, na floresta, eles permaneciam depois da passagem para os invisíveis
Morubixaba  buscava uma solução que garantisse a ida e a vinda de seu povo, da floresta
Um dia, juntou seus instrumentos de defesa e caça e adentrou na mata 
Não se sabe quanto tempo ficou por lá 
Se conta que na mata ele viu uma árvore tombada 
Ele viu que no meio das raízes havia uma raiz mais taluda, viçosa 
Ele a retirou
Lavou no igarapé
Raspou e comeu
Ele se sentiu embriagado 
Ele adormeceu 
Ele viu seus antepassados que entraram na floresta e não voltaram
Ele ouviu os recados 
Prepare a bebida sagrada 
O vinho dos Espíritos
Chame as velhas 
Prepare uma oca
Elas baterão na raiz
Até que o sangue venha
Ela deixará o sangue no pé da árvore Mãe 
Ela entregará a bebida para ser temperada, pelos homens
Eles botarão os temperos 
Todos dançarão por três noites
Eles cantarão
Eles irão chocalhar suas maracas 
Você os ensinará a beber o precioso licor
E da árvore tombada, o Espírito tomou da semente e plantou no corpo de Morubixaba
O Ancião entrou na mata como Morubixaba e saiu como Pajé 
A bebida foi preparada 
Foi cantada e dançada ao redor da fogueira 
Esse rito ficou conhecido como Ajucá, fazer Ajucá é Vajucá 
O tempo passou
Muitas coisas mudaram 
O Vajucá chegou na cidade dos brancos
Virou mesa do Juremá 
Onde se consagra os Discípulos 
Onde se recebe a semente no corpo
Onde se bebe Jurema

Vamos beber, meus irmãos 
Vamos beber
Vamos beber os bons sabê dessa Ciência 
Se ele é Caboclinho
Ele só veste pena
Ele só vem na terra, meu Deus
Pra bebê Jurema

"Se você não pode voltar no tempo para fazer o caminho do Pajé, se ajoelhe e receba a bebida e a semente do Padrinho que Deus lhe deu."

Donc

quarta-feira, 26 de março de 2025

abrimento de mesa de esquerda.

Na jurema Sagrada, na maluquice de minha cabeça, a mesa é aberta, ou pela direita, através do cachimbo de Jurema Preta, ou pela esquerda com o cachimbo de Angico

Muita gente acredita que abrir uma mesa pela esquerda é como fazer uma kimbanda luciferiana, mas onde me tornei catimbozeiro, não é bem assim.
Abrir mesa pela esquerda, é fumaçar a mesa, arrodeando no sentido horário que tem a finalidade de empurrar para frente, os contrários, para dentro de um dos 12 porões. 

A mesa é aberta com o Príncipe Akauã. Este Príncipes também é chamado de gavião-cova-caiau, macauá, acanã, cuã, cauã, coã, deus-quer-um, bispo, gavião-coveiro, cobreiro, papa-cobra, uacanã e macaguá

Esse Príncipe chama o contrário para morte. Seu canto parece dizer: Deus quer um. É uma ave de agouro

Acauã me abre mesa
Para os contrários passar
Deus mandou chamar mais 12...
Pra do mundo retirar 

Donc

sábado, 8 de março de 2025

reino do Jurema a concepção

Um resumo sobre o Reino do Juremá 

1⁰ Reino: Reino do Juremá 

Significado: Evolução 

No avançar das eras nesse mundo, o ser humano em sua tenra idade, foi se descobrindo, enquanto ser em aprendizado.
Podia guardar memórias,  desenvolver habilidades e o uso dos sentidos.
Foi conjugando pensamentos e emoções, com afazeres, que traziam melhor qualidade de vida. Sentiu a força dos invisíveis nas estações, ciclos das águas,  calor e frio, tempo de frutos, melhor momento para caça e autoproteção. Forte compreensão de que ele dependia do meio, mas que do meio poderia retirar o que precisava para sobreviver. Os saberes organizavam as formas, decretando atitudes positivas. 

Mitologia 

O primeiro homem, nasceu de Tupã e se chamava Rupavê. Rupavê vivia perambulando junto com sua mulher Sypavê. Se chovia, se escondiam; se fazia sol, procuravam sombra. Se a barriga roncava, comiam folhas, frutos e até restos de carcaças. Um grande espírito os protegia - Anhangá, mas eles não  sabiam.
Um dia,  por ordem de monan, Anhangá foi ordenado a ensinar como andar com os seis espíritos que Tupã havia colocado para eles existirem. 

1. O Espírito da cabeça, que guardava tudo o que via, degustava, tocava, cheirava e ouvia. 

2. O Espírito do pé direito, que levava o corpo 

3. O Espírito da mão esquerda, que trazia o inesperado 

4. O Espírito da mão esquerda , que trazia uma pessoa pra ajudar 

5. O Espírito do pé esquerdo, que levava a pessoa para o abismo. 

6. O Espírito do coração, que ajudava a pessoa diferenciar, qual pé estava no comando. 

Isso aconteceu no dia que Rupavê, cansado, resolveu descansar com Sypavê, entre as árvores espinhosas da Jurema Preta porque ali muitos animais não entravam. Rupavê limpou o chão e viu uma raiz brotada da terra. Com fome, limpou a raiz, raspou e lavou com água de cuia. Sypavê ficou temerosa com o estranho alimento. Foi assim que Rupavê dormiu embriagado com a Jurema e sonhou que ele era uma grande estrela. Das pontas dessa esteira um ser do outro mundo retirava cabeças e elas falavam com ele.
Ele acordou e contou tudo para a sua mulher. A primeira jornada do ser humano na terra havia começado

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

cabocla jurema

A EMBLEMÁTICA CABOCLA JUREMA. 

A origem da palavra jurema é de origem tupi, uma junção dos termos “ju” (espinho) mais “rema” (cheiro ruim), que pode ser traduzida para o português como “espinho fétido” ou “espinho de cheiro ruim”.
Obviamente, referindo-se à árvore jurema. De acordo com a história, a Cabocla Jurema, quando humana, foi abandonada por sua mãe, aos pés de uma árvore denominada jurema, quando tinha apenas sete meses de vida, mas foi resgatada pelo Caboclo Tupinambá, por quem foi criada. Mais tarde, ela acabou se tornando cacique de sua tribo e primeira guerreira desta. Era destemida e não abaixava a guarda, mas um dia ela se apaixonou por um caboclo chamado Huascar, de uma tribo inimiga, da "Terra do Sol". Ele estava aprisionado, por ter sido capturado pela tribo de Jurema, em uma batalha. Esse sentimento (o amor) tornou-se seu maior adversário, pois sabia que se ela se entregasse a isso, seria expulsa de sua tribo. Tendo certeza de que ela o encontrara não por acaso e vendo um futuro nos olhos dele, ela o libertou e fugiu com ele, ao mesmo tempo em que era perseguida por guerreiros da sua própria tribo. Na fuga, Jurema foi atingida por uma flecha, direcionada a seu amado. A flecha atingiu seu peito e ela caiu sem vida no mesmo lugar. Huascar, então, voltou à Terra do Sol, fundou seu império nas montanhas e ergueu um templo dedicado à Cabocla Jurema. No lugar onde ela morreu nasceu um girassol, e é por isso que se diz que sua coroa brilha como o Sol. Jurema, por sua vez, se tornou a entidade espiritual Cabocla Jurema. 
Cabocla Jurema também pode ser uma falange espiritual cultuada em religiões de matriz africana, como umbanda e o candomblé de caboclo — em sincretismo com rituais de ramificações religiosas, como o animismo dos povos indígenas do Brasil, sobretudo no catimbó, onde estão ramificados os rituais de pajelança e no toré. O termo “jurema”, no universo espiritual é polissêmico.
Para os juremeiros, como são chamados os praticantes, a Jurema Sagrada é a religião primaz do Brasil, pois existe desde antes de o país ser colonizado. 
O culto à Cabocla Jurema foi severamente censurado pela Igreja Católica, quando no século XVIII, foi registrado no processo N° 4 884, de 1 de julho de 1741, em Recife.
Em Codó a Cabocla Jurema é festejada no dia 20 de Janeiro juntamente com o Caboclo das 7 Flexas seu irmão primôgenito.

Constantino baiano chapel de couro

BAIANO GRANDE CONSTANTINO CHAPÉU DE COURO.

Dizer que ele é  rei (não sei de onde tiraram isso), que é pai e chefe da família, é meio óbvio. 
Longe de ser um baiano, nascido no estado da Bahia ou qualquer ligação com o referido estado, é no mínimo estranho quando ele (supostamente) se apresenta com tais características. 
 O nome Baiano Grande, se refere à baía de Cumã, é uma baía que banha o município de Guimarães, no estado do Maranhão.
É tida como um cemitério de navios, como o Cambridge e Ville de Bolougne (que levava o poeta Gonçalves Dias), pelos seus muitos bancos de areia e rochas, ameaças à navegação.
Pertencia à antiga Capitania de Cumã, com sede na cidade de Alcântara.
O angolano (Nkisi?) Constantino Baiano Grande, antigamente usava um chapéu de palha grande que o protegia do sol quando era pescador na baía de Cumã, talvez por isso que ele evita incorporar em seus filhos durante o dia, sempre preferiu à noite.
Essa versão de "Chapéu de Couro" é uma criação recente dada à falta de informação, daí criaram a partir do se epiteto de baiano (oriundo da Bahia) e o equivoco mais bizarro é vesti- lo com o chapéu típico dos nordestinos da caatiga à moda do finado cantor Luiz Gonzaga.
Constantino o Baiano Grande encantou-se na baía de Cumã no litoral maranhense e adentrou à mata de Codó com o grupo de Dom Pedro Angassú (Vodum Agassu) e da Rainha Rosa.
Constantino, o Baiano Grande, surgiu na cabeça do feiticeiro codoense Deus Quiser, que morava nas terras da pedra furada, por isso naquele município ficou também conhecido como Constantino da Pedra Furada. 
Quando desce na linha de caboclo é chamado Baiano Grande, como nobre é chamado de Moço Grande da Baía.
Esse encantado desapareceu do panteão de Codó,  não sendo mais visto no Terecô contemporâneo codoense.

rompe mato

CABOCLO ROMPE MATO DA MATA ZOMBANA.

Caapores (conhecido também por "urubus, cambôs, urubus-caapores, urubus-caapores, ka'apor) é um povo indígena que vive no estado do Maranhão, no Brasil. O seu nome significa "povo da mata", através da junção dos termos tupis ka'a ("mata") e poro ("povo").
A tribo dos índios Urubús povoaram o município de Codó por volta de 1823.
O Caboclo Rompe-Mato, conhecido em terras codoenses também como Urubú, do Tupi-Guarani (Urú = ave grande, bú = negro). Portanto para um seleto grupo de codoenses é chamado de Caboclo Urubú ou Ave negra.
Da família miscigenada com os Surrupiras o Caboclo Rompe Mato ganha mais esse nome quando rompeu os limites da Mata Virgem ou Mata Zombana ou ainda Mata Escura, localidade limite das terras pertencentes aos índios Urubús e Barbados.
Os Barbados, de costumes e hábitos estranhos, pretendiam alcançar os seus objetivos por meios violentos, se preciso fosse, usariam suas armas envenenadas.
Vizinhos dos índios Guanarés que se localizavam em aldeias entre os vales do Mearim, eram mais compreensivos, não atacavam e nem molestavam os jesuítas, até o acontecimento da tragédia que ceifou a vida do Padre João Villar (o primeiro religioso cristão catequista de Codó).
Os Urubús, habitavam nas Matas do Itapicurú. Mantinham contato com os brancos, o que os tornavam pacificos e de outras vezes ferozes. Eram vizinhos também dos Barbados. Podiam ser encontrados de Aldeias Altas às terras do Capitão Antônio Muniz em Codó. 
O Caboclo Rompe-Mato ao sair da Mata Zombana juntamente com outros Surrupiras se integraram ao grupo de Légua Boji Buá fazendo uma pequena geração miscigenada e entrando definitivamente para o panteão das entidades codoenses. 
Rompe-Mato é uma entidade surda dentro do Terecô e usa muito a linguagem dos sinais para sua comunicação, característica ausente quando apresentado na Umbanda e em outros cultos afro-brasileiros. 
Seu Rompe - Mata, trabalha muito com o Urubú Rei, pois essa ave consegue voar acima das nuvens, acredita os indígenas que esse poder é  que dar a força mortal em suas penas quando confeccionadas em suas flechas.