terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

cabocla jurema

A EMBLEMÁTICA CABOCLA JUREMA. 

A origem da palavra jurema é de origem tupi, uma junção dos termos “ju” (espinho) mais “rema” (cheiro ruim), que pode ser traduzida para o português como “espinho fétido” ou “espinho de cheiro ruim”.
Obviamente, referindo-se à árvore jurema. De acordo com a história, a Cabocla Jurema, quando humana, foi abandonada por sua mãe, aos pés de uma árvore denominada jurema, quando tinha apenas sete meses de vida, mas foi resgatada pelo Caboclo Tupinambá, por quem foi criada. Mais tarde, ela acabou se tornando cacique de sua tribo e primeira guerreira desta. Era destemida e não abaixava a guarda, mas um dia ela se apaixonou por um caboclo chamado Huascar, de uma tribo inimiga, da "Terra do Sol". Ele estava aprisionado, por ter sido capturado pela tribo de Jurema, em uma batalha. Esse sentimento (o amor) tornou-se seu maior adversário, pois sabia que se ela se entregasse a isso, seria expulsa de sua tribo. Tendo certeza de que ela o encontrara não por acaso e vendo um futuro nos olhos dele, ela o libertou e fugiu com ele, ao mesmo tempo em que era perseguida por guerreiros da sua própria tribo. Na fuga, Jurema foi atingida por uma flecha, direcionada a seu amado. A flecha atingiu seu peito e ela caiu sem vida no mesmo lugar. Huascar, então, voltou à Terra do Sol, fundou seu império nas montanhas e ergueu um templo dedicado à Cabocla Jurema. No lugar onde ela morreu nasceu um girassol, e é por isso que se diz que sua coroa brilha como o Sol. Jurema, por sua vez, se tornou a entidade espiritual Cabocla Jurema. 
Cabocla Jurema também pode ser uma falange espiritual cultuada em religiões de matriz africana, como umbanda e o candomblé de caboclo — em sincretismo com rituais de ramificações religiosas, como o animismo dos povos indígenas do Brasil, sobretudo no catimbó, onde estão ramificados os rituais de pajelança e no toré. O termo “jurema”, no universo espiritual é polissêmico.
Para os juremeiros, como são chamados os praticantes, a Jurema Sagrada é a religião primaz do Brasil, pois existe desde antes de o país ser colonizado. 
O culto à Cabocla Jurema foi severamente censurado pela Igreja Católica, quando no século XVIII, foi registrado no processo N° 4 884, de 1 de julho de 1741, em Recife.
Em Codó a Cabocla Jurema é festejada no dia 20 de Janeiro juntamente com o Caboclo das 7 Flexas seu irmão primôgenito.

Constantino baiano chapel de couro

BAIANO GRANDE CONSTANTINO CHAPÉU DE COURO.

Dizer que ele é  rei (não sei de onde tiraram isso), que é pai e chefe da família, é meio óbvio. 
Longe de ser um baiano, nascido no estado da Bahia ou qualquer ligação com o referido estado, é no mínimo estranho quando ele (supostamente) se apresenta com tais características. 
 O nome Baiano Grande, se refere à baía de Cumã, é uma baía que banha o município de Guimarães, no estado do Maranhão.
É tida como um cemitério de navios, como o Cambridge e Ville de Bolougne (que levava o poeta Gonçalves Dias), pelos seus muitos bancos de areia e rochas, ameaças à navegação.
Pertencia à antiga Capitania de Cumã, com sede na cidade de Alcântara.
O angolano (Nkisi?) Constantino Baiano Grande, antigamente usava um chapéu de palha grande que o protegia do sol quando era pescador na baía de Cumã, talvez por isso que ele evita incorporar em seus filhos durante o dia, sempre preferiu à noite.
Essa versão de "Chapéu de Couro" é uma criação recente dada à falta de informação, daí criaram a partir do se epiteto de baiano (oriundo da Bahia) e o equivoco mais bizarro é vesti- lo com o chapéu típico dos nordestinos da caatiga à moda do finado cantor Luiz Gonzaga.
Constantino o Baiano Grande encantou-se na baía de Cumã no litoral maranhense e adentrou à mata de Codó com o grupo de Dom Pedro Angassú (Vodum Agassu) e da Rainha Rosa.
Constantino, o Baiano Grande, surgiu na cabeça do feiticeiro codoense Deus Quiser, que morava nas terras da pedra furada, por isso naquele município ficou também conhecido como Constantino da Pedra Furada. 
Quando desce na linha de caboclo é chamado Baiano Grande, como nobre é chamado de Moço Grande da Baía.
Esse encantado desapareceu do panteão de Codó,  não sendo mais visto no Terecô contemporâneo codoense.

rompe mato

CABOCLO ROMPE MATO DA MATA ZOMBANA.

Caapores (conhecido também por "urubus, cambôs, urubus-caapores, urubus-caapores, ka'apor) é um povo indígena que vive no estado do Maranhão, no Brasil. O seu nome significa "povo da mata", através da junção dos termos tupis ka'a ("mata") e poro ("povo").
A tribo dos índios Urubús povoaram o município de Codó por volta de 1823.
O Caboclo Rompe-Mato, conhecido em terras codoenses também como Urubú, do Tupi-Guarani (Urú = ave grande, bú = negro). Portanto para um seleto grupo de codoenses é chamado de Caboclo Urubú ou Ave negra.
Da família miscigenada com os Surrupiras o Caboclo Rompe Mato ganha mais esse nome quando rompeu os limites da Mata Virgem ou Mata Zombana ou ainda Mata Escura, localidade limite das terras pertencentes aos índios Urubús e Barbados.
Os Barbados, de costumes e hábitos estranhos, pretendiam alcançar os seus objetivos por meios violentos, se preciso fosse, usariam suas armas envenenadas.
Vizinhos dos índios Guanarés que se localizavam em aldeias entre os vales do Mearim, eram mais compreensivos, não atacavam e nem molestavam os jesuítas, até o acontecimento da tragédia que ceifou a vida do Padre João Villar (o primeiro religioso cristão catequista de Codó).
Os Urubús, habitavam nas Matas do Itapicurú. Mantinham contato com os brancos, o que os tornavam pacificos e de outras vezes ferozes. Eram vizinhos também dos Barbados. Podiam ser encontrados de Aldeias Altas às terras do Capitão Antônio Muniz em Codó. 
O Caboclo Rompe-Mato ao sair da Mata Zombana juntamente com outros Surrupiras se integraram ao grupo de Légua Boji Buá fazendo uma pequena geração miscigenada e entrando definitivamente para o panteão das entidades codoenses. 
Rompe-Mato é uma entidade surda dentro do Terecô e usa muito a linguagem dos sinais para sua comunicação, característica ausente quando apresentado na Umbanda e em outros cultos afro-brasileiros. 
Seu Rompe - Mata, trabalha muito com o Urubú Rei, pois essa ave consegue voar acima das nuvens, acredita os indígenas que esse poder é  que dar a força mortal em suas penas quando confeccionadas em suas flechas.