quarta-feira, 14 de outubro de 2015
AVEJI DÁ AVEJIDÁ OU AVEJIJDA.
AVEJI DÁ AVEJIDÁ OU AVEJIJDA.
Aveji Dá, Avejidá ou Avedjidá, são voduns femininos da família Hevioso ou Sakpata, cada uma com sua responsabilidade e regência. Tem semelhanças com orixá Oyá, e até mesmo ela em território dahomeano era assim chamada.
As Avejidás da família Hevioso são divindades relacionadas aos fenômenos da natureza tais como chuvas, tempestades, tufões e furacões. São guerreiras ou caçadoras, cujo poder é imenso e temperamento forte. São quentes e irriquietas, estando ligadas as alturas, nuvens e astros. Estão juntas com os Kavionos, julgando a humanidade e castigando quando se faz necessário. Tem certa importância sobre o processo financeiro da sociedade, dividindo com Sogbo o domínio do elemento fogo. Estão sempre dispostas a guerrear pelas casas onde são cultuadas, sendo de extrema importância na batalha contra queimações e inimigos ocultos ou assumidos.
A principal Avejidá do panteão do trovão é Vodun Djó, divindade responsável por fertilizar e esfriar a terra através da chuva. Vodun Djó é uma guerreira que domina as nuvens e tempestades, sendo a Avejidá mais conhecida e cultuada. Segundo os ítàns, vodun Djó teria o poder de se transformar em animal. Veste vermelho e usa adornos cobreados.
As Avejidás do panteão da terra seriam coligadas ao domínio dos mortos, possuindo todas ligações com os ancestrais, sejam masculinos ou femininos. Elas ficam juntos com os Sakpatás, ajudando a cuidar dos enfermos e dando auxilio no desencarne. Tem como principal função sondar o funcionamento dos templos e quando veem algo de errado cobrar, muito das vezes fechando-os.
A principal Avejidá da família Sakpata é Agbé Gèlèdè, senhora dos mortos e do culto aos Akututos (ègún). Agbé Gèlèdè teria o poder e a importância de Oyá Igbalé dos cultos iorubás, sendo invocada em síhúns, ègbós e limpezas nas quais seja necessária sua presença. Representa o desencarne e a aceitação do espírito para com sua morte, sendo responsável pelo envio dos espíritos desencarnados para o òrún.
As Avejidás são extremamente poderosas e independente da família com a qual é associada, possui grande importância para os kwês e adeptos do culto. Representam a liberdade, a batalha cotidiana e a força de vontade.
Podemos citar ainda Agbé Afefé ligada a alegria e a felicidade, também aos mortos, seu símbolo são as flores as quais ofertamos a nossos entes queridos, que representam toda felicidade que passaram em suas vidas. Agbé Huno, a Aveji Da guerreira e da tempestade
Avejidá e as Klamklamle (Borboletas)
Contam-se os velhos vodunos que as Avejidás tem em seu reino um exército de Klamklamle (borboletas) que sobrevoam os mundos e voltam para contar-lhes seus efeitos ao mesmo tempo que trazem outras Klamklamle que nada mais são do que as almas que ali irão residir.
Dizem que à própria Avejidá quando está muito preocupada, se transforma em uma linda KlamKlamle e sai pelos mundos a voar para observar melhor o céu e terra.
A klamklamle é como a Avejidá, ligeira e inconstante. Uma ligeireza sutil, de espírito viajante.
A Klamklamle brincando entre as flores é como uma alma da deusa. A deusa acompanha o sol na primeira metade de seu curso visível até o meio dia. Em seguida, desce de volta à terra sob a forma de uma Klamklamle.
Há uma associação analógica da Klamklamle e da Avejidá, de suas cores e do bater de suas asas tal qual a dança de Avejidá.
Avejidá, assim como todas as deusas do fogo associa-se a obsidiana, uma Kpe-izó ( pedra de fogo), seu emblema.
Símbolo do fogo solar e diurno, e por essa razão da alma dos soldados, a Klamklamle é também um símbolo do sol negro, atravessando os mundos subterrâneos durante o seu curso noturno.É assim, símbolo, do fogo ctoniano oculto, ligado a noção de sacrifício, de morte e de ressurreição. É então a Klamklamle, atributo das divindades ctonianas, associadas à morte. Ela ilustra ao mesmo tempo, a analogia, alma-borboleta e a passagem do símbolo à imagem.
O homem segue, da vida à morte, o ciclo da Klamklamle. Ele é na sua infância, uma pequena lagarta, uma grande lagarta , na sua maturidade, ele se transforma em crisálida na sua velhice, e em seu tumulo é o casulo de onde sai a sua alma que voa sob a forma de uma klamklamle. A postura de ovos dessa Klamklamle é a expressão de sua reencarnação.
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