terça-feira, 22 de agosto de 2017

Osun cura com.agbo

Òşún cura com agbo (a bebida medicinal) e o local da cura em Ọșogbo se chama Idi Oru.

Òdí’Ìrètè – Ìdin’Ìrẹtẹ – Idin-Amileke (Nomes deste Odù) diz:

Itọn:

Nos tempos em viagens missionárias de Ọrúnmìlá a terra yorùbá de Ọșogbo, ele se encontrou com Òşún. Ọrúnmìlá encontrou Òşún através de Alárè Ountoto que era o Baàlè (o chefe dos pagamentos) antes de se tornar conhecido em Ọșogbo. Ifá disse que Alárè Ountoto convidou Ọrúnmìlá para adivinhação e trabalhos espirituais.

Neste momento Alárè consultou Ifá através de Ọrúnmìlá para a paz, bem estar e tranquilidade de pagamentos. A divinação de Ọrúnmìlá ia descrever o ebo necessário para Alárè Ountoto. Ele manteve os rituais para o ebo. O ebo foi devidamente feito. Como esperado, as orações de Ọrúnmìlá se inflaram e as coisas mudaram para melhor em Ọșogbo.

Ọrúnmìlá ainda estava na casa de Alárè Ountoto quando Òşún ouviu falar dele e foi visitá-lo. Chegando a casa, Òşún consultou Ifá. Ọrúnmìlá lhe disse que seu problema era a falta de filhos e que a posse de seu marido e amor foi conseguida com inúmeros encantos e feitiços e isto era a causa da falta de filhos. Ọrúnmìlá disse à Òşún que para ter filhos ela deve deixar seu marido, Okokoro. Entretanto Okokoro era muito poderoso e organizava o pagamento de Ifá, Okokoro tem muitos encantos potentes e muitos feitiços para serem usados.

Òşún estava desesperada por filhos, ela estava preparada para assumir qualquer risco, mesmo que isto envolvesse a ira de seu marido. Òşún teve determinação para enganar seu marido. No entanto, enquanto ela estava pensando sobre as mensagens de Ifá, ela estava ao mesmo tempo cheia de admiração por Ọrúnmìlá. Ela decidiu propor amizade a ele. Ela disse à Ọrúnmìlá que havia gostado muito dele e propôs ser sua amante. Ọrúnmìlá concordou. As coisas começaram a acontecer. Alguns meses de aventura amorosa e Òşún engravidou, não de seu marido, mas de Ọrúnmìlá.

A gravidez de Òşún era muito inquietante para seu marido Okokoro. Antes disso, Okokoro recebeu informações e muitas dicas sobre o que se passava entre sua esposa Òşún e Ọrúnmìlá. Como resultado desta gravidez ele decidiu desafiar Ọrúnmìlá para uma luta.

Okokoro estava seguro de seus poderes, encantos e magias. E que a figura de Ọrúnmìlá não seria problema por que tudo que ele precisava fazer seria lançar todos os feitiços e magias fortes em Ọrúnmìlá.

Durante o tempo das ameaças de Okokoro, Ọrúnmìlá havia deixado Ọșogbo para ir a outro lugar de acordo com seu trabalho missionário.

Quando Alárè Ountoto quis fazer nova consulta a Ifá, ele mandou aviso para Ọrúnmìlá, no entanto, antes de partir de Ọșogbo, ele já havia ouvido falar das más intenções de Okokoro contra ele. Típico de Ọrúnmìlá, ele estava tranquilo.

Quando chegou a Ọșogbo, como de costume, ele ficou na casa de Alárè Ountoto. A notícia de sua chegada espalhou-se rapidamente. Como um morador da cidade Okokoro ouviu a notícia e foi ao encontro de Ọrúnmìlá. Ele encontrou Ọrúnmìlá. Ele desafiou Ọrúnmìlá para uma luta, porém, encontrou uma parede de pedra. O fato de Ọrúnmìlá nem demostrar que sua presença era importante o enfureceu e ele não perdeu tempo soltando seus feitiços perigosos em Ọrúnmìlá. As magias e feitiços que foram lançadas por Okokoro tornaram Ọrúnmìlá mais forte, porém, ele seguiu lançando.

Inicialmente Ọrúnmìlá estava calmo e tranquilo, quando Okokoro começou a se enfurecer, porém, quando ficou claro que Okokoro não venceria, Ọrúnmìlá determinou a ele parar com a luta e ao mesmo tempo ele o transformava em um rio. Okokoro imediatamente foi transformado em um rio. Este rio tornou-se conhecido como Odò Okokoro. Odò Okokoro é um rio muito conhecido em Ọșogbo. A transformação misteriosa de Okokoro em rio significava que Òşún estava livre dele. Assim ela propôs casamento a Ọrúnmìlá. Ọrúnmìlá aceitou e eles se casaram. Òşún deu muitos filhos a Ọrúnmìlá em Ọșogbo. O local onde Ọrúnmìlá e Òşún tiveram seu primeiro contato físico, mais tarde, foi designado como um local sagrado.

É conhecido como Idi Òşún, o centro de um igbà de Òşún. Este local, Idi Òşún, ainda mantém este nome em Ọșogbo.

Embora Ọrúnmìlá tivesse família em Ọșogbo, ele não estava ligado a esta terra. Ele continuou seu roteiro de trabalho missionário que o levou para fora de Ọșogbo e muitos outros lugares e povos em sua missão curativa.

Uma coisa era certa, de tempos em tempos ele estava em Ọșogbo, ele sempre enchia Òşún com medicamentos especiais de Ifá para que ela administra-se em seus numerosos clientes enquanto ele estava longe. Ọrúnmìlá sempre se assegurava que as medicinas (remédios) seriam suficientes até seu retorno a Ọșogbo. Estas medicinas especiais de Ifá normalmente eram em forma de agbo (chá medicinal, que também pode ser chamado de uma invenção nativa ou uma bebida). O uso deste agbo: bebida, banho ou guarda bênçãos.

O lugar designado para fazer este agbo se chamou Idi Oru e agora é um local sagrado em Ọșogbo.

O agbo que Ọrúnmìlá preparou para Òşún era particularmente muito poderoso e hábil para vários trabalhos de cura, durante sua ausência deste povoado. Este poder de cura trouxe Òşún para o foco, que sua proeza espiritual era sempre o assunto da cidade.

O reconhecimento do povo por Òşún foi trazido por Ọrúnmìlá que agregou respeito, por que as pessoas sabiam que seu poder e fama vieram pela graça especial de Ọrúnmìlá.

No entanto, enquanto a maioria dos cidadãos adorava Ọrúnmìlá e esperava ansiosamente sua próxima visita ao povoado, os Adahunse (Espiritualistas, clarividentes, os leitores de mão, herbalista e outros nesta linha) o odiavam. Seu ódio por Ọrúnmìlá vinha dele fazer com que todos do povoado viessem até ele para adivinhação e sanar seus problemas físico-espirituais, sempre que ele visitava Ọșogbo.

Em vez de trabalhar para melhorar os seus difíceis serviços espirituais e ganhar o respeito do povo, os Adahunse culpavam Ọrúnmìlá pela lentidão em seus ganhos sempre que Ọrúnmìlá visitava o povoado. Eles viram Ọrúnmìlá como uma grave ameaça a seus negócios. Conscientes de suas limitações espirituais, os Adahunse não poderiam se confrontar com Ọrúnmìlá por que ele superaria seus parcos poderes. Pior ainda, eles perceberam que qualquer confronto seria suicídio. Consequentemente eles marcaram uma reunião para decidir o que fazer com ele. Os Adahunse consideraram muitas opções, para adotar um plano contra Ọrúnmìlá fora de Ọșogbo, na próxima visita que ele fizesse.

Eles não poderiam fazer isto sozinho, eles precisariam da ajuda do Baàlè (o cabeça dos pagamentos). Felizmente para eles, Ọrúnmìlá sempre se alojou na casa do Baàlè e foi a ele que recorreram. Os Adahunse foram a Alárè Ountoto, seu Baàlè e contaram muitas histórias falsas sobre Ọrúnmìlá. Eles disseram que ele era muito imprudente em continuar a convidar Ọrúnmìlá para vir em Ọșogbo. Ao final da longa narrativa, eles persuadiram o Baàlè a dizer a Ọrúnmìlá que da próxima vez que viesse a Ọșogbo sua presença não era mais benvinda. Alárè Ountoto estava de acordo e lhe prometeu sua plena cooperação.

Uma vez mais era hora e tempo de Ọrúnmìlá visitar Ọșogbo. Quando ele chegou à cidade, ele foi direto, como de costume, aos aposentos do Alárè Ountoto. Alárè Ountoto não poderia mandar Ọrúnmìlá voltar imediatamente sendo ele querido por tanta gente. Devido a sua boa amizade ele permitiu que ele passasse a noite em sua casa. De acordo com sua promessa, sem demora, ele foi até Ọrúnmìlá muito cedo na manhã seguinte e lhe disse que seus serviços não eram mais necessários e que ele deveria deixar sua casa e o povoado imediatamente. Ọrúnmìlá lhe pediu uma explicação para sua súbita decisão de mandá-lo embora de seus aposentos e da cidade. Ele disse que não tinha nenhuma explicação para lhe dar ou outra maneira de lhe falar que o queria fora de seus aposentos e da cidade. Sem argumento ou mais alguma informação Ọrúnmìlá arrumou suas coisas que eram basicamente seu adorno de Ifá e os colocou em seu Àmininjekun apo (sacola sagrada de Ifá). Entretanto ele decidiu pagar as pessoas com sua própria moeda antes de ir.

Ele pegou seu Òsòòrò Òpá (osun Ifá / Ifá pessoal) e o apontou para o òrun.

No momento em que fez isto, um eclipse súbito se apoderou do povoado inteiro e cada espirito vivo foi dormir imediatamente. Ọrúnmìlá amaldiçoou a cidade pela plenitude do seu tratamento ingrato e injusto para com ele através de seu Baàlè, Alárè Ountoto. Ele deixou a cidade e foi para outro lugar.

Òşún foi a primeira pessoa a ver os sentidos da esquerda de Ọrúnmìlá. Òşún olhou em volta e ficou assustada com o que viu.

Ela rapidamente supôs que uma calamidade havia se sobrepujado sobre a cidade. Ela também sabia que o que aconteceu estava acima de seus poderes, ela precisava mirar o òrun.

Porém, ela precisava mandar alguém chamar Ọrúnmìlá. Para fazer isso significava que ela teria que recorrer a seus escravos. Ela trabalhou freneticamente com alguns deles, porém, apenas um se prontificou. Ela se alegrou com o êxito por que ela não precisaria usar os escravos de Alárè Ountoto, ela ficou feliz em saber que não era a única pessoa acordada em toda a cidade. Ela enviou seu escravo aos aposentos do Alárè para ver Ọrúnmìlá. Como um vento ele correu até os aposentos do Alárè, porém, voltou para dizer a Òşún que Ọrúnmìlá já havia partido. Òşún supôs imediatamente que o fenômeno antinatural que ocorreu era um tipo de punição para alguma coisa que o povo da cidade tivesse feito. Ela também supôs que somente Ọrúnmìlá poderia controlar a situação. Correndo contra o tempo, Òşún correu em perseguição a Ọrúnmìlá e rastreava seu caminho pelas trilhas. Entre andar rápido e correr, Òşún alcançou Ọrúnmìlá no ponto em que ela estava para cruzar a fronteira de Ọșogbo para outro povoado. Ela se agarrou a Ọrúnmìlá e lhe disse que ela não permitiria que ele partisse sem que dissesse o que havia acontecido de errado. Ọrúnmìlá lhe disse que alguns Adahunse ficaram contra ele e ficou surpreendido com o conluio do Alárè Ountoto com eles. Ele concluiu que se os filhos e as pessoas queriam os Adahunse para eles, eles deveriam cuidar do que havia ocorrido com o povo. Òşún concluiu que Ọrúnmìlá era o único que poderia desfazer a calamidade. Ela começou rogando o perdão em nome de seu povo. Ela rogou e rogou.

Logo depois, Ọrúnmìlá rendeu-se e disse que antes dele reverter à maldição, o povo necessitava proporcionar eku, ejá e eran ao ìgbà que deveria ser: 200 eku, 200 bagres defumados e 200 cabras e muitas outras coisas como ebo para a expiação de sua falta de respeito com Ifá. Rapidamente todos os elementos ritualísticos foram proporcionados.

Ọrúnmìlá perdoou as pessoas de Ọșogbo e reverteu a maldição. Além disso, ele orou para Ọșogbo e seu povo. Com grande remorso as pessoas rogaram e persuadiram Ọrúnmìlá a regressar com eles ao povoado, porém Ọrúnmìlá se negou a ir. Ele lhes disse que tudo estaria em ordem e o povo estaria também salvo, de fato ele fez as pessoas experimentarem um pouco do ódio que os Adahunse sentiram dele como um lembrete. Ele disse que Ọșogbo seria uma ótima cidade, mas teria que lidar com o problema do ódio que nasce na inveja. Com este pedido Ọrúnmìlá partiu para Ilè Ifè e deixou Òşún cuidando de Ọșogbo.

Tão misteriosamente como o súbito eclipse que as pessoas experimentaram, segue crescendo na terra o local onde Ọrúnmìlá e Òşún resistiram inesperadamente. Òşún olha para baixo e pede a nação dela para explicar a água misteriosa de Ọrúnmìlá. Ọrúnmìlá lhe disse que ele acostumou a água a lavar a maldição que ele havia colocado no povo muito tempo atrás e que ele havia quitado esta dívida com o ebo que foi realizado. A água crescente logo se tornou um riacho, O riacho foi nomeado Odò Ikin-tu-okun (Ikin Ifá-Solta a corda).

O significado profundo de Ikin-tun-Okun é:

Ifá lava as negatividades e impurezas das pessoas.

Odò Ikin-tu-okun é muito conhecido como Odò Akintokun em Ọșogbo.

Este riacho é agora um riacho sagrado onde os Áwo de Ọșogbo realizam rituais.

Importante!

Esta história sobre a relação de Ọrúnmìlá e Òşún nunca deverá ser usada fora de contexto.

Ọrúnmìlá é colocado na posição de condição humana, coisa que é feita na maioria dos relatos de suas histórias.

Os Itọn e Esè do Corpus Literário de Ifá pertencem a humanidade (Unesco).

Nenhum comentário: